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Sarkozy intensifica discurso contra imigração e ameaça tirar a França de acordo

Renata Giraldi

Da Agência Brasil, em Brasília

12/03/2012 09h06

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, ameaçou abandonar o acordo europeu de fronteiras livres, se nada for feito para conter a imigração ilegal. Segundo ele, essa é a única maneira de conter uma “implosão” da Europa. Sarkozy fez campanha no domingo (11), nos arredores de Paris, para um público de cerca de 70 mil pessoas, segundo assessores. Ele defendeu o modelo econômico francês, informando que ele faz parte da identidade nacional.

“Nosso modelo faz parte da nossa identidade, ele nos protege porque nos une; enfraquecê-lo será enfraquecer a França “, disse o presidente francês, defendendo as reformas feita em seu governo. Segundo ele, essas reformas evitaram a falência do sistema social do país.

Sarkozy disse ainda que suspenderá o acordo de livre trânsito de Schengen, válido entre 25 países europeus, se não observar progressos claros nos próximos 12 meses. Na semana passada, ele havia prometido reduzir à metade o número de estrangeiros na França, se reeleito este ano.

Atrás de seu adversário socialista, François Hollande, em todas as sondagens de intenção de voto, Sarkozy se apresentou novamente como o candidato capaz de melhor proteger a França e a Europa dos fluxos migratórios e da concorrência desleal que ameaçam a economia do país e do continente.

O presidente ameaça suspender a França do tratado até que as negociações sejam concluídas. Opositor da entrada da Romênia e da Bulgária no espaço Schengen, Sarkozy disse que há falhas no controle do fluxo de imigrantes clandestinos.

Ao discursar em Villepinte, nos arredores de Paris, o presidente pediu que os eleitores o ajudem a vencer as eleições – que ocorrerão no fim de abril. Ele atacou a esquerda socialista por ter abandonado as periferias francesas e defendeu reformas na Europa, como o Tratado de Schengen.

Para tornar a Europa mais competitiva, Sarkozy também propõe a adoção de uma versão europeia do Buy American Act (Ato Americano para Compras), que impõe ao governo norte-americano a utilização apenas de produtos fabricados nos Estados Unidos em licitações públicas.

Sarkozy disse que as dificuldades enfrentadas durante sua gestão foram geradas por “alguns sindicatos e organizações”. Ele defendeu a realização de referendos para os franceses se expressarem: “Toda vez que alguém quiser falar em nome deles, a serviço de interesses que não sejam da nação”.