Carro-bomba explode em área residencial da segunda maior cidade da Síria
Um dia após os ataques que deixaram pelo menos 27 mortos e 100 feridos em Damasco, capital da Síria, um carro-bomba explodiu neste domingo (18) na segunda maior cidade do país, em uma área residencial de Aleppo, segundo informou o canal de televisão sírio al-Ikhbariya.
Fontes da oposição disseram que a explosão atingiu uma área próxima a um escritório de segurança. O Observatório Sírio para Direitos Humanos afirmou que a explosão tinha matado e ferido pessoas na área, mas não deu nenhuma estimativa sobre o número de vítimas.
"O atentado com carro-bomba aconteceu no bairro de Suleimaniyeh, em Alepo, perto da sede da segurança política", informa uma nota da organização.
Moradores disseram ao Observatório britânico que viram corpos nas ruas e relataram uma explosão pesada, que abalou a região.
Ontem ainda, um carro-bomba explodiu nos subúrbios da cidade, no campo de refugiados palestinos de Yarmuk, e matou dois supostos terroristas que estavam no carro. A detonação quebrou janelas dos prédios próximos e atingiu carros estacionados nas imediações.
A imprensa síria acusou Arábia Saudita e Qatar, dois países que defenderam o envio de armas aos rebeldes que lutam contra o regime de Bashar al-Asasd, de responsabilidade nos atentados de sábado em Damasco.
"O terrorismo de Hamed e Saud não é nenhuma novidade", afirma o jornal oficial As Saura, em referência às famílias que governam os dois países.
"Os atentados procuram castigar o povo sírio por sua posição patriótica, perturbar a missão de Annan e impedir uma saída política para a crise", completa o jornal, em uma menção ao emissário Kofi Annan, que defendeu mais pressão sobre o regime de Assad.
O atentado ocorrido neste domingo representa o quinto carro-bomba que atinge uma grande cidade da Síria, desde que a revolta contra o presidente Bashar al-Assad começou há um ano. Já são dezenas de mortos.
O regime de Bashar al-Assad e militantes da oposição trocam acusações sobre a responsabilidade dos ataques.
Desde 15 de março de 2011, a Síria é afetada por uma revolta sem precedentes contra o regime de Assad. A repressão provocou mais de 9.000 mortes, segundo diversas ONGs.
O OSDH também informou que as tropas do governo executavam neste domingo operações militares em muitas províncias do país, onde manifestantes saíram às ruas para exigir a queda de Bashar al-Assad.
Ações militares com tanques e veículos de tropas aconteceram em Jabal al-Zawiya, na província de Idleb (noroeste). Na mesma região, uma grande manifestação acontecia na cidade de Habit.
Em Damasco, uma passeata reuniu centenas de pessoas. As forças oficiais e as milícias ligadas ao regime agrediram Mohammed Sayyed Rassas, dirigente do Comitê de Coordenação para a Mudança Nacional e Democrático (CCMND), segundo o OSDH.
Rassas foi detido ao lado de vários jovens que participavam na manifestação organizada pelo CCMND, que reúne partidos nacionalistas árabes, curdos, socialistas e marxistas, assim como personalidades independentes.
Confrontos também foram registrados em Artuz, Atareb e Aazaz, assim como em Deir Ezzor.
(Com Reuters, AFP e EFE)
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