Prazo da ONU expira nesta terça-feira, mas violência continua na Síria
As forças do regime de Bashar al-Assad bombardearam nesta terça-feira (10) uma localidade na província síria de Alepo, no norte do país, segundo informou a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos. O ataque acontece no dia em que deve entrar em vigência um plano de paz internacional que inclui a retirada das tropas e armas pesadas das cidades.
“Os tanques do exército bombardearam a localidade de Mareh, que também é sobrevoada por helicópteros”, afirmou à AFP Rami Abdel Rahman, presidente do Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Já em Kesua, nos arredores de Damasco, as forças do regime lançaram uma campanha de detenções no bairro de Sharaqsa. Os opositores Comitês de Coordenação Local denunciaram que as forças armadas vêm cercando a localidade de Kafr Zeita, na província central de Hama, onde efetivos da segurança invadiram algumas casas e praticaram detenções indiscriminadas.
No município de Injil, na província de Deraa, acontece um tiroteio intenso em todos os postos de controle. Estas informações não puderam ser verificadas de forma independente devido às restrições impostas pelo regime sírio aos jornalistas.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, fez na segunda-feira (9) um último apelo ao governo de Damasco para cessar os ataques contra civis. "O secretário-geral pede que o governo sírio ponha imediatamente fim às ações militares contra civis e que respeite os compromissos assumidos junto ao emissário especial (da ONU e da Liga Árabe) Kofi Annan", declarou o porta-voz da ONU Martin Nesiriky.
O secretário mostrou preocupação diante do aumento de violência pelo regime sírio. Na segunda, pelo menos 101 pessoas morreram em confrontos entre opositores e o governo.
O plano de paz, proposto pelo enviado especial da ONU, estipula a cessação da violência por parte de todos os implicados, a retirada das forças armadas das cidades e o restabelecimento da autoridade do Estado em todo o território.
Além disso, prevê o começo de um diálogo nacional entre o Governo e os setores da oposição no país. Tanto o regime sírio como os rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS) têm até hoje para começar a aplicar a iniciativa de Annan e retirar as tropas das cidades, e até o dia 12 para pôr fim de forma definitiva às hostilidades. O regime sírio passou a exigir que a oposição se comprometa por escrito a deter toda a forma de violência, antes de retirar suas tropas.
Ban Ki-moon disse ainda deplorar a violência nas fronteiras da Síria com a Turquia e o Líbano. A Turquia disse que dois funcionários de um campo de refugiados perto da sua fronteira com a Síria estão entre as cinco pessoas que ficaram feridas na segunda-feira por disparos vindos da Síria, onde soldados perseguiam rebeldes.
O comunicado foi emitido após o secretário-geral da ONU conversar com o ministro de Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, e ser informado sobre os detalhes do ataque contra um campo de refugiados sírios em solo turco que deixou vários mortos.
Segundo dados da ONU, mais de nove mil pessoas morreram na Síria desde que começaram as revoltas populares, em março de 2011. (Com AFP e EFE)
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