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UE decide vetar exportações de artigos de luxo em novas sanções ao regime sírio

Manifestantes seguram cartaz inspirado no filme 300 durante protesto pelo impeachment do presidente da Síria - Raad Al Fares/Reuters
Manifestantes seguram cartaz inspirado no filme 300 durante protesto pelo impeachment do presidente da Síria Imagem: Raad Al Fares/Reuters

Do UOL, em São Paulo

23/04/2012 04h11

A União Europeia decidiu nesta segunda-feira (23) impor novas sanções contra o regime sírio, proibindo as exportações de produtos de luxo e limitando um pouco mais as de material utilizado para reprimir os opositores, segundo informou um diplomata à AFP.

“Estas sanções contra a Síria serão aplicadas”, afirmou. “São relativas a objetos de luxo e ao material que serve à repressão”, explicou. As sanções foram decididas durante uma reunião dos embaixadores dos 27 países que ocorre antes de uma cúpula de ministros europeus de Relações Exteriores em Luxemburgo.

A nova rodada de sanções aponta diretamente para o luxuoso estilo de vida da família do presidente Bashar al Assad pouco mais de um mês depois que uma série de e-mails revelou como gastam milhares de euro em exclusivos artigos apesar do conflito no país.

Essas mensagens, publicadas pelo jornal britânico "The Guardian", mostravam compras pela internet de objetos de design como candelabros e mesas procedentes de Paris por parte da mulher do presidente.

Os e-mails revelaram também que o próprio Assad usava um endereço eletrônico americano para escapar das sanções de Washington e poder conectar-se a páginas de entretenimento em seu tablet eletrônico e baixar música.

As sanções europeias não definem por enquanto uma lista detalhada de produtos, que deve ser acrescentada em um regulamento posterior. Segundo fontes comunitárias, uma base para sua elaboração poderia ser as medidas deste tipo que já existem para países como a Coreia do Norte.

Nesse caso, as sanções internacionais proíbem a venda de produtos que vão desde alimentos exclusivos como caviar, trufas e determinados vinhos até cavalos, passando por roupas de luxo.

O enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, exigiu no domingo (22) ao regime sírio que pare "de uma vez por todas" de usar armamento pesado na repressão aos grupos rebeldes.

A violência deixou 17 mortos no domingo no país, incluindo três em Homs, mesmo com dois observadores presentes neste foco da onda de contestação, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Os monitores visitaram as cidades de Hama e Rastan. Um vídeo na internet mostra observadores acompanhados de rebeldes. O grupo de monitores chegou no sábado à região, que não registrou conflitos durante a visita.

De acordo com fontes da ONU consultadas pela agência de notícias France Presse, os observadores se reuniram com autoridades locais, conversaram com moradores e fizeram uma ronda pela cidade. Nesta segunda-feira, mais dois monitores chegariam a Damasco. (Com AFP e EFE)