Franco investe novos ministros em cerimônia na sede do governo, em Assunção
O novo presidente do Paraguai, Federico Franco, investiu nesta segunda-feira (25) integrantes de seu alto escalão, em cerimônia realizada no palácio presidencial, em Assunção, capital do país.
Entre os novos ministros, estão María Liz García de Arnold, titular da pasta da Defesa; José Félix Fernández Estigarribia, no Ministério das Relações Exteriores; Horacio Galeano Perrone, na pasta da Educação; e Maria Lorena Segovia Azucas, na pasta de Justiça e Trabalho.
María Liz García, reitora da Universidade Metropolitana de Assunção, é a primeira mulher a comandar a Defesa, que tem ainda o controle geral do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Após ser investida, ela afirmou que vai priorizar a profissionalização das Forças Armadas.
“O ideal é manter as Forças Armadas profissionalizadas. Em um brevíssimo tempo vou anunciar os planos de ação”, declarou.
Já o novo ministro da Comunicação, Martín Sannemann, anunciou ser contra a censura na TV Pública, em referência à denúncia de funcionários da emissora de que o ex-ministro Cristian Vázquez teria tentado intervir no conteúdo do meio de comunicação.
“Parece-me que foi um erro grotesco. Foi uma atitude particular, eu não estou de acordo.”
Ele ainda anunciou o nome de Carlos Filipi, do Partido Colorado, como novo diretor da emissora, no lugar de Marcelo Martinessi, que renunciou ao cargo.
Desafios do novo governo
Há três dias no cargo, Franco já enfrenta uma série de desafios. Ontem (24), um grupo de pouco mais de 90 famílias de agricultores ocupou uma propriedade rural na região de Capibary, a 330 quilômetros de Assunção, capital paraguaia. Os agricultores exigem reforma agrária e espaço para que tenham condições de trabalhar.
A reforma agrária e as atividades no campo estão no centro dos debates políticos. Um confronto, no Nordeste do país, no último dia 15, entre agricultores e agentes policiais agravou a situação política do então presidente Fernando Lugo. Parlamentares da oposição argumentaram que ele teve mau desempenho nas funções e moveram a ação de impeachment contra ele. Lugo deixou o poder no dia 22.
Externamente, Franco terá de lidar com a suspensão do Paraguai do Mercosul. A medida obteve o apoio do Brasil e de mais oito países e pode se estender para a União das Nações Sul-Americanas (Unasul). A decisão é um protesto político à forma como as autoridades paraguaias conduziram o processo contra Lugo. Para os nove governos que apoiam a suspensão, Lugo não teve tempo hábil para se defender e houve a ruptura da democracia no país.
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