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Homem-bomba que matou 8 na Bulgária é ex-preso de Guantánamo, dizem jornais

Imagem de câmera de segurança divulgada nesta quinta-feira (19) mostra suspeito de atentado em ônibus  - Interior Ministry/Reuters
Imagem de câmera de segurança divulgada nesta quinta-feira (19) mostra suspeito de atentado em ônibus Imagem: Interior Ministry/Reuters

Do UOL, em São Paulo

19/07/2012 13h15Atualizada em 19/07/2012 18h08

O governo búlgaro divulgou nesta quinta-feira (19) um vídeo e a foto de um homem suspeito de ter cometido o atentado suicida contra turistas israelenses na quarta-feira no aeroporto de Burgas, e afirmou que tem suas impressões digitais. Segundo a imprensa búlgara, o autor do ataque se chama Mehdi Ghezali. Ainda segundo a mídia da Bulgária, ele estudou em colégios islâmicos no Reino Unido e ficou de 2002 a 2004 na prisão de Guantánamo. Em 2004, ele foi entregue à custódia da Suécia. Supostamente, ele também estaria entre os 12 estrangeiros capturados em 2009, tentando entrar ilegalmente no Afeganistão.

 O Ministério do Interior búlgaro, por sua vez, desmentiu a versão publicada por um veículo do país que afirmava que o terrorista do atentado de Burgas seria um sueco de origem argelina.

Nenhuma das informações sobre a identidade do homem-bomba foi confirmada oficialmente. "Trata-se de alguém que não chama mais a atenção do que qualquer outro turista. O homem tem cerca de 36 anos. Temos suas impressões digitais e estamos fazendo testes para obter o DNA", disse o ministro do Interior búlgaro, Tsvetan Tsvetanov.

O vídeo mostra um homem branco com longos cabelos loiros - que poderiam ser uma peruca - caminhando no aeroporto onde ocorreu o atentado vestido com uma camiseta azul, shorts, sapatos esportivos brancos, um boné de beisebol e com óculos escuros.

A filmagem mostra o homem carregando uma volumosa mochila preta nas costas e o estojo de um laptop na frente. O vídeo foi fornecido a canais de televisão com um pedido de informações ao público.

Vídeo mostra suspeito de ataque a israelenses na Bulgária

A explosão que ocorreu na quarta-feira (18) no aeroporto de Burgas, às margens do Mar Negro, destruiu um ônibus com turistas israelenses que estavam subindo no veículo ou colocando suas malas no compartimento para a bagagem. Oito turistas israelenses morreram, além do motorista búlgaro e do homem-bomba, segundo o último balanço oficial. Trinta e um passageiros ficaram feridos, e dois estão em coma.

Oficialmente, a identidade do homem-bomba ainda é desconhecida. Segundo o ministro do Interior, o documento de viagem do homem era uma falsa carteira de motorista emitida no estado de Michigan (EUA).

Israel culpa Irã e Hezbollah

Na quarta-feira (18), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou o Irã e o Hezbollah, denunciando "uma ofensiva terrorista iraniana". "Todos os sinais conduzem ao Irã", declarou em um comunicado. O Irã nega as acusações israelenses.

"As afirmações infundadas de vários estadistas do regime sionista, em conexão com as acusações contra o Irã sobre sua possível participação no incidente com a explosão do ônibus com turistas israelenses em Burgas, é um método familiar do regime sionista, com um objetivo político, e é um sinal da fraqueza... dos acusadores", disse em um comunicado a missão diplomática da República Islâmica em Sófia.

O ataque coincidiu exatamente com o 18º aniversário do atentado cometido em 1994 contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) de Buenos Aires, que deixou 85 mortos e 300 feridos, também atribuído ao Irã por Israel. (com agências)