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Chávez viaja a Cuba para se submeter a nova cirurgia contra o câncer

Hugo Chávez beija um crucifixo ao dizer que espera sair vitorioso da nova operação cirúrgica - AFP/Presidência
Hugo Chávez beija um crucifixo ao dizer que espera sair vitorioso da nova operação cirúrgica Imagem: AFP/Presidência

Do UOL, em São Paulo

10/12/2012 08h52Atualizada em 10/12/2012 10h47

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, viajou na madrugada desta segunda-feira (10) para Cuba para ser submetido a uma operação contra o câncer, informou o ministro da Comunicação do país, Ernesto Villegas, em sua conta no Twitter.

"O presidente Chávez partiu de Maiquetía (o aeroporto internacional de Caracas) rumo a Havana para submeter-se a uma intervenção cirúrgica. Imagens às 7h (9h30 de Brasília) pela VTV (a televisão oficial)”, escreveu o ministro.

A informação também foi confirmada pelo canal TeleSur, do governo venezuelano.

A VTV, por sua vez, divulgou imagens do momento da partida de Chávez de Caracas. Ele estava com suas habituais roupas da Academia Militar e cumprimentava e abraçava alguns de seus ministros, deputados e políticos de seu partido, que foram se despedir do líder no aeroporto. O voo de Chávez partiu da capital às 1h15 locais (3h45 de Brasília).

A Assembleia Nacional (unicameral) autorizou de forma unânime no último domingo que o presidente viajasse a Cuba para operar, pela quarta vez, um tumor maligno, diagnosticado pela primeira vez em junho de 2011.

Chávez se encontrava em Cuba nas últimas semanas e retornou à Venezuela a contragosto dos médicos, que queriam operá-lo imediatamente. "Decidi vir, fazendo um esforço adicional, de verdade, porque as dores são de alguma importância", declarou. Ele disse que viajou para pedir a autorização da Assembleia para passar os próximos dias em Cuba, e também para contar aos venezuelanos sobre a sua situação.

Assim, sem dar mais detalhes sobre a reincidência da enfermidade -- sabe-se apenas que é na região pélvica --, Chávez fez publicamente alusão no último sábado, pela primeira vez, ao risco de morte ou outras complicações que podem impedi-lo de exercer o cargo de presidente, para o qual foi reeleito em 7 de outubro.

Ele então nomeou seu sucessor o chanceler e vice-presidente Nicolás Maduro, que deverá ser candidato em um novo pleito, caso Chávez desista de assumir o governo. O atual governo termina em 10 de janeiro.

Sobre a cirurgia, o líder venezuelano disse estar esperançoso. “Com o favor de Deus, como nas ocasiões anteriores, sairemos vitoriosos, iremos para frente, tenho plena fé nisso. Espero dar a vocês boas notícias nos próximos dias”, acrescentou.

Segundo Chávez, a nova intervenção deverá ser realizada nos próximos dias. O presidente admitiu que toda operação "apresenta riscos" e lamentou o retorno do câncer. “Me dá muita dor na verdade que esta situação cause dor, cause angústia a milhões de vocês”, afirmou. “Aconteça o que acontecer vamos continuar tendo pátria”, disse, e pediu aos “patriotas” da Venezuela: “Unidade, unidade, unidade”.

O pronunciamento, veiculado pela televisão, aconteceu às vésperas das eleições regionais na Venezuela, marcadas para 16 de dezembro.

Sucessor

Ao nomear Maduro seu sucessor, Chávez aludiu a um cenário novo na Venezuela, com outra rodada de eleições, nas quais pediu que os venezuelanos votem no chanceler. “Nesse cenário (caso desista de assumir o poder), sob o qual a Constituição requer a realização de novas eleições presidenciais, vocês todos têm de eleger Nicolás Maduro como presidente. Peço isso de coração”, declarou.

"Ele (Maduro) é um completo revolucionário, um homem de grande experiência, apesar da juventude, com uma grande dedicação e capacidade para trabalhar", elogiou Chávez.

Se essas possibilidades acontecerem após o início do novo mandato de Chávez, quem assume o país é o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, que será o responsável por convocar novas eleições nos 30 dias subsequentes.

Maduro, 50, é um ex-motorista de ônibus e líder sindicalista venezuelano, que se aproximou do mandatário no início do governo. Um dos aliados mais próximos do presidente, é muito popular entre os venezuelanos por causa de sua simpatia.

(Com AFP, EFE e Opera Mundi)