Grupos rivais trocam pedradas na Venezuela
Por Daniel Wallis
CARACAS, 12 Set (Reuters) - Partidários de candidatos rivais na eleição presidencial venezuelana trocaram pedradas na quarta-feira antes de um ato de campanha do oposicionista Henrique Capriles, a menos de um mês do pleito de 7 de outubro.
No mais tenso incidente desde o início oficial da campanha, em 1º. de julho, algumas pessoas ficaram feridas, e ambos os lados se acusaram mutuamente pela violência em Puerto Cabello, principal cidade portuária do país.
Imagens de TV mostraram dezenas de pessoas correndo, e algumas atirando pedras. Pelo menos um carro foi queimado.
Chávez, no poder desde 1999, enfrenta pela primeira vez uma candidatura unificada da oposição.
"Esses atos não são espontâneos, há algum responsável", disse Capriles, 40 anos, no comício após o incidente, acusando Chávez diretamente.
"É ele, e digo isso diretamente: é você que deseja esse cenário, você que deseja espalhar o medo, você que deseja que os venezuelanos continuem lutando entre si."
A campanha já foi marcada por diversos incidentes, e há temores de mais confrontos, num país onde há muitas armas nas mãos da população, e onde as tensões estão se acirrando na reta final da campanha.
Partidários de Chávez culparam a oposição pelo confronto da quarta-feira, que fechou o principal acesso ao aeroporto local, obrigando Capriles a chegar lá num barquinho.
A imprensa estatal disse que 25 pessoas ficaram feridas, mas uma rede de TV da oposição citou um número menor.
"Fomos surpreendidos por uma chuva de pedras, rojões e bombas incendiárias ..., que causaram um grande número de vítimas", disse Rafael Lacava, prefeito local e aliado de Chávez, à TV estatal. "Fomos atacado por um grupo avançado, que (Capriles) sempre manda à sua frente quando realiza esse tipo de evento."
Chávez lidera a maioria das pesquisas, mas pelo menos uma delas coloca Capriles à frente. As pesquisas eleitorais na Venezuela têm fama de serem pouco confiáveis. (Reportagem adicional de Diego Ore e Mario Naranjo)