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No Rio, vice dos EUA diz que Brasil é o parceiro mais importante da região

Biden (esquerda) afirmou que Dilma fará a única visita <br>de um chefe de Estado a Washington neste ano - Marcelo Sayão/EFE
Biden (esquerda) afirmou que Dilma fará a única visita <br>de um chefe de Estado a Washington neste ano Imagem: Marcelo Sayão/EFE

Fabrício Calado

Do UOL, em São Paulo

29/05/2013 13h09

Em um discurso repleto de elogios ao Brasil, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta quarta-feira (29) que “nenhum parceiro é mais significativo que o Brasil” para os EUA na América Latina.

A afirmação foi feita durante a fala do vice no Pier Mauá, no Rio de Janeiro. 

"O resto do mundo olha para vocês com inveja. Nós estamos otimistas com o Brasil, e queremos nos envolver mais com vocês."

Segundo Biden, os EUA nunca tiveram parceiros comerciais tão capacitados na América Latina, "e nenhum é mais significante que o Brasil". O vice americano disse que a relação entre os dois países, porém, não será de imposição, mas sim de "interação sustentável e consultas".

Para reforçar o argumento de que os EUA tratarão o Brasil de igual para igual, Biden afirmou que a visita da presidente Dilma Rousseff aos EUA, em outubro deste ano, será a única visita de um chefe de Estado a Washington neste ano. 

Biden também falou na colaboração entre os dois países em projetos de desenvolvimento em ciência e tecnologia e a oferta de cotas em universidades dos Estados Unidos para estudantes brasileiros. "Temos 5.000 estudantes de ciências nos EUA, e queremos milhares mais."

Roteiro

Em sua passagem pelo Brasil, Joseph Biden, se reuniu na manhã desta quarta-feira (29) com diretores da Petrobras na sede do Centro Tecnológico da companhia, no Rio de Janeiro. O tema do encontro foi a cooperação energética entre ambos os países.

O descobrimento das reservas petrolíferas do pré-sal, que poderão suprir parte da demanda norte-americana, e o desejo brasileiro de ter acesso à tecnologia dos EUA para explorar o gás de xisto são dois dos assuntos que Biden tratará em sua primeira visita ao Brasil como vice-presidente.

Outros assuntos na agenda do vice são as negociações para eliminar a exigência de vistos aos brasileiros que viajam aos Estados Unidos, o aumento do tráfego aéreo e a licitação do governo para adquirir 36 caças-bombardeiros de última geração, que é disputada pela Boeing.

Para diplomatas de ambos os países, a visita é uma reconhecimento da importância que os Estados Unidos pretendem conceder ao Brasil.

De olho no pré-sal

Os Estados Unidos manifestaram há vários meses seu interesse no petróleo que será extraído do pré-sal.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou neste mês que a companhia tem o desejo de ter acesso às tecnologias para explorar reservas de gás de xisto, com as quais os Estados Unidos vem elevando significativamente sua produção nacional.

Na visita que fez há duas semanas a Washington, o chanceler Antonio Patriota demonstrou seu interesse pelo "extraordinário desenvolvimento tecnológico" dos EUA na exploração do gás extraído de xistos betuminosos.

Biden visitará na quinta-feira (30) uma favela do Rio de Janeiro, na qual conversará sobre as políticas de segurança que pacificaram uma parte das comunidades carentes da cidade.

Na sexta-feira (31), em Brasília, o vice-presidente será recebido por Dilma no Palácio do Planalto e terá uma reunião de trabalho com o vice-presidente Michel Temer no Itamaraty.

Escala

A visita ao Brasil do vice-presidente americano faz parte de uma viagem que já incluiu Colômbia e Trinidad e Tobago.

Biden realiza a viagem acompanhado por sua esposa, Jill Biden; pela subsecretária de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson; e pelo subsecretário de Comércio para Assuntos Internacionais, Francisco Sánchez.

Os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial do Brasil, atrás da China, e o primeiro investidor no país.