Topo

Assad diz que acordo de paz na Síria deverá ser submetido a referendo

Do UOL, em São Paulo

30/05/2013 16h22

O presidente da Síria, Bashar al Assad, afirmou nesta quinta-feira (30) que irá participar da Conferência de Genebra, marcada para junho, desde que qualquer decisão relativa a um acordo entre o regime e os rebeldes seja submetida a um referendo.

"A única condição é que qualquer coisa a ser implementada seja submetida à opinião pública síria e a um referendo", disse Assad em entrevista à TV libanesa "Al-Manar", voz do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do regime de Damasco.

A conferência foi proposta por Washington e Moscou para buscar uma saída política ao conflito, que entrou no seu terceiro ano e já causou mais de 80 mil mortes, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).

Na entrevista, Assad disse ainda que já recebeu um primeiro lote de mísseis provenientes da Rússia. "A Síria recebeu o primeiro lote de mísseis russos S-300 e em breve receberá o resto.”

A declaração de Assad de que já teria recebido mísseis --somado ao envolvimento do Irã e do Hezbollah na guerra civil síria-- fez com que a oposição anunciasse seu boicote à conferência, o que afasta as possibilidades de uma solução para o conflito.

Assad destacou que as forças governamentais, com o apoio do Hezbollah, obtiveram importantes conquistas recentes. "A Síria e o Hezbollah estão do mesmo lado", afirmou. "O exército sírio está batalhando contra grupos armados e continuará até a eliminação dos terroristas", completou Assad.

A Casa Branca advertiu que entregar armas ao governo de Assad vai prolongar a violência na Síria. "Entregar mais armas a Assad, entre elas sistemas de defesa antiaérea, apenas prolongará a violência na Síria e provocará uma desestabilização da região", disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC), Caitlin Hayden.

Israel

O presidente sírio também advertiu Israel de que seu exército responderá a qualquer ataque ao seu território, em alusão aos supostos bombardeios israelenses contra instalações militares no país árabe.

No início da semana, o ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, disse que seu país saberia "o que fazer" caso a Rússia concretizasse o envio desses mísseis à Síria, o que seria uma "ameaça" para Israel.

Assad afirmou ainda que existe na Síria "uma verdadeira pressão popular" para a abertura de uma frente nas Colinas de Golã contra Israel, que ocupa a região desde 1967.

"Há uma pressão popular clara para abrir a frente de resistência [contra Israel] em Golã. Há vários fatores, [incluindo] as repetidas agressões israelenses", afirmou Assad. (Com agências internacionais)