Snowden fez pedido oficial de asilo político à Rússia, diz advogado
Edward Snowden, ex-funcionário da CIA procurado pelos EUA sob a acusação de espionagem, solicitou formalmente asilo temporário na Rússia. O anúncio da formalização do pedido de asilo foi feito nesta terça-feira (16) pelo advogado Anatoli Kucherena, que auxilia o americano em relação à legislação russa.
Segundo Kucherena, Snowden já enviou a solicitação de visto temporário ao Serviço Federal de Migração russo. O ex-funcionário da CIA, que revelou detalhes dos programas secretos de vigilância do governo dos EUA, está na área de trânsito do aeroporto de Moscou desde 23 de junho.
O advogado acrescentou que havia acabado de se reunir no aeroporto com Snowden, com quem já havia se encontrado na última sexta-feira (12). Nesse dia, durante um encontro organizado no aeroporto com 13 personalidades russas, Snowden disse que tinha a intenção de pedir asilo político à Rússia enquanto esperaria para poder viajar à América Latina, onde Venezuela, Bolívia e Nicarágua se propuseram a acolhê-lo.
Na ocasião, as autoridades russas afirmaram não ter recebido nenhum pedido oficial de asilo feito por Edward Snowden.
Nesta segunda-feira (15), o presidente russo, Vladimir Putin, disse que gostaria que Edward Snowden fosse embora da área de trânsito do aeroporto de Moscou. No entanto, sinalizou que o americano estaria se encaminhando para atender às condições da Rússia para a concessão de asilo.
"As condições para lhe conceder asilo político são conhecidas por ele. E a julgar por suas ações mais recentes ele está mudando sua posição. Mas a situação ainda não foi esclarecida", disse Putin. Segundo o presidente, a Rússia só concederia asilo a Snowden se ele parar de fazer revelações prejudiciais aos EUA.
Snowden já afirmou que estaria disposto a cumprir as condições de Putin para receber um asilo temporário na Rússia.
Três semanas no aeroporto de Moscou
Snowden viajou de Hong Kong para o aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, no dia 23 de junho, na esperança de embarcar de lá para algum país que o protegesse de perseguições judiciais nos Estados Unidos, onde foi acusado de ameaçar a segurança nacional ao divulgar programas governamentais secretos de espionagem.
Sem passaporte válido e sem visto para entrar na Rússia, Snowden não pôde passar pelo guichê da imigração e permaneceu em um limbo jurídico.
Os EUA pressionam outros países para que não concedam asilo ao foragido. Putin, tentando não complicar ainda mais suas relações com Washington, estabeleceu como condição para a concessão do asilo político que o ex-funcionário da CIA não prejudique mais os EUA.
Três governos de esquerda latino-americanos --da Bolívia, Nicarágua e Venezuela-- ofereceram asilo a Snowden, mas não há voos diretos de Moscou para essas nações, o que gera o risco de que o norte-americano seja barrado ao fazer conexão em outro país.
A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, afirmou na sexta-feira (12) que o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, tem o direito de solicitar asilo e deveria ser protegido por ter revelado informação que atenta contra os direitos humanos. (Com Agências de Notícias)
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