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NSA consegue quebrar criptografia usada na internet, dizem jornais

Do UOL, em São Paulo

05/09/2013 20h26

A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) desenvolveu secretamente a habilidade de quebrar ou contornar a criptografia na internet usada para proteger desde e-mails até transações financeiras, de acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira (5), a partir de documentos vazados por Edward Snowden, o ex-agente que revelou como funciona o esquema de espionagem praticada pelos Estados Unidos.

Os jornais “The Guardian” e “The New York Times”, e a organização sem fins lucrativos “ProPublica” informaram, em parceria, que tanto a NSA quanto o GCHQ (serviço de inteligência britânico) conseguiram quebrar a segurança que protege a privacidade de milhões de internautas.

Os documentos mostram que as inteligências norte-americana e britânica usaram vários métodos, incluindo medidas secretas para assegurar o controle da NSA sobre o estabelecimento de padrões internacionais de criptografia, o uso de supercomputadores para quebrar os códigos “com brutalidade” e a colaboração de empresas de tecnologia e provedores de internet.

Por meio desses métodos, as agências inseriram vulnerabilidades secretas, conhecidas como “porta dos fundos”, em programas comerciais de criptografia.

Documentos citados pelas publicações indicam que a NSA gasta mais de US$ 250 milhões por ano em um projeto conhecido como “Sigint”, que usa empresas norte-americanas e estrangeiras de tecnologia de informação para influenciar ou alavancar projetos de seus produtos, tornando-os exploráveis.

As reportagens não deixaram claro com que frequência as empresas concordaram voluntariamente em permitir o acesso encoberto aos seus produtos nem com que frequência a NSA as convenceu a fazer isso por meio de ordens judiciais secretas.

O “New York Times” e a “ProPublica” disseram que oficiais do serviço de inteligência pediram a eles que não publicassem  o que tinham descoberto, alegando que os alvos estrangeiros de espionagem poderiam passar a usar novas formas de criptografia ou de comunicações.

Por conta disso, algumas informações foram removidas, segundo o “NYT”.

A ação teria sido iniciada após o abandono, nos anos 1990, de uma tentativa dos EUA de forçar uma “porta dos fundos” nos programas ou equipamentos, para acesso sem que o usuário perceba. (Com agências internacionais)

Grampos nos EUA

O programaO Prism é um programa de inteligência secreta americana que daria ao governo acesso aos dados de usuários de serviços de grandes empresas de tecnologia
Quais dados?Não se sabe exatamente, mas qualquer informação poderia ser consultada. O jornal 'Washington Post' cita e-mail, chat, fotos, vídeos e detalhes das redes sociais
Quem sabia?Segundo Obama, o programa foi aprovado pelo Congresso e é fiscalizado pelo Poder Judiciário no país. Todas as empresas negaram participação
FuncionamentoDe acordo com fontes do jornal britânico 'The Guardian', o governo poderia ter acesso aos dados sem o consentimento das empresas, mas, como eles são criptografados, precisaria de chaves que só as companhias possuem
Empresas possivelmente envolvidasMicrosoft, Google, Facebook, Yahoo, Apple, Paltalk, Skype, Youtube, AOL