Reino Unido suspende todas as licenças de exportação de armas para a Rússia
O Reino Unido decidiu nesta terça-feira (18) suspender todas as licenças de exportação de armas para a Rússia após o presidente russo, Vladimir Putin, confirmar a anexação da Crimeia.
No último domingo (16), a Crimeia aprovou em referendo sua anexação à Rússia com mais de 95% dos votos.
Em discurso ao Parlamento russo, Putin afirmou que as leis internacionais não foram transgredidas com o referendo e disse que a Crimeia "é e sempre será russa".
Após o discurso, Rússia e Crimeia assinaram documento formalizando a anexação.
Segundo a BBC, toda a cooperação militar com a Rússia será suspensa, incluindo a exportação de armas, conforme disse ao Parlamento britânico, nesta terça-feira (18), o secretário de Relações Exteriores, William Hague.
Exercícios navais entre Rússia, França, Reino Unido e Estados Unidos foram suspensos, bem como a participação russa na próxima cúpula do G8, na semana que vem.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que “novas medidas” devem ser tomadas contra a Rússia pela comunidade internacional se as tensões na Ucrânia não se acalmarem. O porta-voz oficial do premiê disse que uma redução nos ânimos inclui que as forças russas retornem às suas bases e que a Constituição da Ucrânia seja respeitada.
“Os passos dados pelo presidente Putin hoje na tentativa de anexar a Crimeia à Rússia estão em flagrantes violações da lei internacional e de enviar uma mensagem desestimulante através do continente europeu”, disse o premiê britânico.
“É completamente inaceitável que a Rússia use a força para mudar fronteiras, com base em um falso referendo realizado sob o cano de uma arma russa”, criticou Cameron.
A chanceler alemã, Angela Merkel, também condenou a ação da Rússia de incorporar a Crimeia a seu território. “A admissão da Crimeia pela Federação Russa vai contra a lei internacional”, afirmou Merkel.
Assim como a líder alemã, o presidente de França, François Hollande, afirmou que “condena” as ações da Rússia.
“A França não reconhece os resultados do referendo (...) nem a anexação dessa região ucraniana à Rússia. A próxima reunião do Conselho Europeu, entre os dias 20 e 21 de março, deve proporcionar a oportunidade de uma resposta europeia forte e coordenada ao obstáculo que acaba de ser pulado”, afirmou o presidente francês.
“O presidente Putin não deveria ter dúvidas de que a Rússia irá enfrentar mais consequências sérias, e eu pressionarei os líderes europeus para que concordem com futuras medidas da EU quando nos encontrarmos na próxima quinta-feira”, disse o primeiro-ministro britânico sobre a reunião do Conselho Europeu.
O chanceler da Ucrânia, Sergei Aksyonov, desaprovou o reconhecimento da Crimeia como um "Estado soberano" pela Rússia e afirmou que a assinatura do decreto de aceitação da Crimeia "nada tem a ver com a democracia ou o senso comum". E que o discurso de Putin "mostrou claramente o quão real é a ameaça russa ao mundo civilizado e à segurança internacional".
"A Ucrânia e todo o mundo civilizado nunca reconhecerão [a] anexação da terra ucraniana", disse o presidente em exercício da Ucrânia, Oleksander Turchynov, segundo informações da agência Interfax à BBC.
"A liderança política da Federação Russa está tentando anexar parte da Ucrânia", afirmou Turchynov durante uma reunião no ministério da Defesa. "Esse é um passo muito perigoso (...), não apenas contra a Ucrânia, mas também contra a Europa e todo o mundo".
"Incursão militar descarada"
O presidente dos EUA, Barack Obama, já convidou líderes do G7 para uma reunião na próxima semana com o objetivo de discutir futuras ações na Ucrânia.
O vice-presidente Joe Biden acusou a Rússia de uma "flagrante violação da lei internacional" na Crimeia. Biden afirmou que a Rússia fez uma "descarada incursão militar", "aumentou as tensões étnicas" na Ucrânia e está realizando um "ataque contínuo à soberania ucraniana".
O norte-americano alertou sobre mais sanções por parte dos EUA e da UE contra a Rússia se o processo de anexação da Crimeia tiver continuidade.
Até o momento, os EUA determinaram proibição de viagens e o congelamento de ativos no país de 11 russos e ucranianos, enquanto a UE impôs tais sanções contra 21 pessoas.
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