Jornalista dos EUA e sul-africano morrem em tentativa de resgate no Iêmen

O jornalista norte-americano Luke Somers e o sul-africano Pierre Korkie, ambos reféns de militantes da Al-Qaeda, foram mortos, durante tentativa frustrada de resgate de forças militares no Iêmen. A informação foi confirmada por Chuck Hagel, secretário de Defesa dos Estados Unidos, neste sábado (6).

"Somers e outro refém que não era cidadão norte-americano foram assassinados pelos terroristas durante a operação", disse Hagel, em comunicado enviado à imprensa.

Segundo Hagel, a AQAP (divisão da Al-Qaeda,que fica na península arábica), havia ameaçado na última quinta-feira matar o fotojornalista norte-americano – mantido em cativeiro havia mais de um ano, quando foi capturado na cidade de Sana. Somers trabalhava como colaborador para vários jornais da região e para veículos internacionais.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o assassinato brutal do cidadão norte-americano. "A nação não poupará esforços para o uso de suas capacidades militar, diplomática e de inteligência para trazer cidadãos de volta para casa, não importa onde eles estejam", disse. "Em nome dos Estados Unidos, ofereço minha profunda condolência à família de Luke".

A instituição de caridade "The Gift of the Givers", que negociava a libertação do sul-africano, disse que as conversas estavam avançadas e que já havia uma data para ele deixar o cativeiro. Korkie era mantido refém pela organização também havia mais de um ano.

"A situação psicológica e emocional da mulher de Korkie serão agravadas com o fato que estava prevista sua libertação para amanhã", disse a instituição.

Na operação do governo norte-americano, dez militantes foram mortos próximo à província de Shabwa, segundo informações do Ministério da Defesa do Iêmen.

Apesar da tentativa frustrada de resgate, Hagel disse que a operação "é um lembrete do compromisso dos Estados Unidos com a segurança dos cidadãos, mesmo que de outras nações". A investida contra os soldados da Al-Qaeda foi feita em conjunto com o governo iemenita.

Os Estados Unidos informaram que essa é a segunda tentativa de resgate ao fotojornalista norte-americano. Segundo o ministro de defesa do Iêmen, a Al-Qaeda transportou o refém norte-americano, o sul-africano e um britânico antes da operação. Na ocasião, foram libertadas oito pessoas.

O Iêmen é um aliado importante dos Estados Unidos na luta contra a Al-Qaeda, pois permite o voo de drones (veículos aéreos não tripulados) que podem fazer ataques a terroristas.

O grupo terrorista tem explorado a pobreza e a instabilidade política no Iêmen desde 2011, após a deposição do presidente Ali Abdullah Saleh. Recentemente, tem crescido o número de raptos de civis no país. (Com AFP e BBC)