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Refém japonês foi decapitado por EI, diz portal que monitora jihadistas

Foto do refém japonês Kenji Goto, divulgada pelo Site, que teria sido tirada após a decapitação de outro refém, Haruna Yukawa, neste sábado (24). Goyo estaria segurando uma foto da decapitação - Reprodução/Twitter/@siteintelgroup
Foto do refém japonês Kenji Goto, divulgada pelo Site, que teria sido tirada após a decapitação de outro refém, Haruna Yukawa, neste sábado (24). Goyo estaria segurando uma foto da decapitação Imagem: Reprodução/Twitter/@siteintelgroup

Do UOL, em São Paulo

24/01/2015 14h11

Um dos reféns japoneses que estavam nas mãos dos extremistas do Estado Islâmico (EI, ex-Isis) foi decapitado, informou neste sábado (24) o Site, portal norte-americano que monitora o movimento jihadista. A vítima teria sido Haruna Yukawa.

Segundo o portal, o EI fez com que o outro refém, Kenji Goto, mostrasse as imagens da decapitação e implorasse por sua vida. Ainda de acordo com o Site, Goto faz novos pedidos dos extremistas para ser salvo.

Logo em seguida ao anúncio, o governo do Japão criticou fortemente o suposto áudio postado na internet. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, qualificou de "ato violento e imperdoável" a execução e pediu a libertação imediata de Goto.

O secretário-chefe de gabinete, Yoshihide Suga, disse num breve comunicado televisionado que a gravação parecia mostrar Yukawa sendo morto e que as images estão sendo verificadas. "Trata-se de um ato ultrajante e inaceitável", disse Suga. "Exigimos fortemente a rápida liberação do senhor Kenji Goto, o outro refém, sem danos." Suga leu a declaração e se recusou a responder perguntas.

Prazo de 72 horas

Na terça-feira (20), o Estado Islâmico ameaçou executar dois reféns japoneses e exigiu por eles um resgate de US$ 200 milhões, segundo um vídeo divulgado em foros utilizados habitualmente pelos extremistas. 

Os sequestrados, identificados como Haruna Yukawa e Kenji Goto Jogo, aparecem ajoelhados e vestidos com um macacão laranja que já é frequente nos vídeos do EI, enquanto as ameaças são efetuadas por um combatente, que dá um prazo de 72 horas ao governo japonês para responder a sua reivindicação.

"Vocês têm 72 horas para pressionar seu governo a tomar uma decisão sã e pagar US$ 200 milhões para que suas vidas sejam poupadas", diz o jihadista, que fala em inglês e que aparentemente é o mesmo que costuma aparecer nos vídeos de reféns ocidentais.

O combatente acusou o governo japonês de ter doado US$ 200 milhões para combater o EI, aludindo ao anúncio feito por Abe há três dias no Cairo. Por esse motivo, o radical deu um ultimato de 72 horas.

Japão analisa vídeo que anunciou execução de refém

Os reféns

Acredita-se que Yukawa, de 42 anos, poderia ter sido sequestrado em Aleppo em agosto enquanto estava com membros de uma facção rebelde rival do EI, segundo meios de comunicação japoneses.

Os motivos de sua estadia no território sírio são confusos, embora, de acordo com fontes insurgentes citadas pela imprensa japonesa, teria sido capturado quando acompanhava membros da Frente Islâmica em um enfrentamento.

Por sua vez, Jogo é um jornalista freelancer que criou um empresa de produção de vídeo, a Independent Press, em Tóquio, em 1996. Sua companhia fornece vídeos e documentários sobre o Oriente Médio para canais de televisão japoneses, incluindo a NHK, o canal público. 

Ele, que nasceu em Sendai (norte) em 1967, de acordo com o site da empresa, foi capturado pelo EI quando estava na Síria cobrindo o conflito bélico e conheceu Yukawa. 

O Japão tem sido, até agora, relativamente poupado da onda de violência atribuída a grupos radicais islâmicos. Ele se mantém distante da coalizão antijihadista criada pelos Estados Unidos para conter o avanço do EI na Síria e no Iraque.

Dez cidadãos japoneses morreram há dois anos, em janeiro de 2013, em um ataque jihadista ao complexo de gás de In Amenas, na Argélia. Este ataque, seguido de uma tomada de reféns, resultou na morte de 40 pessoas de dez nacionalidades e 29 jihadistas.

Até o momento, o EI decapitou a cinco sequestrados ocidentais: os jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, e os voluntários britânicos David Haines e Alan Henning, e o americano Peter Kassig. (Com agências internacionais) (Com agências internacionais)