Topo

San Francisco (EUA) boicota Estado de Indiana por lei que discrimina gays

Do UOL, em São Paulo

27/03/2015 22h18

A cidade de San Francisco, Califórnia (EUA), anunciou um boicote ao Estado de Indiana, que aprovou nesta quinta-feira (26) uma lei que permite que estabelecimentos comerciais impeçam a entrada de homossexuais em nome da “liberdade religiosa”.

O democrata Ed Lee, prefeito de San Francisco –cidade marcada pelo histórico ativismo em defesa dos direitos LGBT–, disse que a cidade não financiará viagens de funcionários públicos a Indiana.

“Permanecemos unidos como cidadãos de San Francisco para condenar a nova lei discriminatória de Indiana e trabalharemos para proteger os direitos civis de todos os americanos, incluindo lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros”, diz Lee, em nota.

“A partir de agora, estabeleço aos diretórios municipais que barrem qualquer viagem de funcionário público ao Estado de Indiana que não seja absolutamente essencial para saúde e segurança pública. Os contribuintes de San Francisco não subsidiarão uma discriminação sancionada legalmente contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros”, conclui o comunicado.

Ao aprovar a lei, o governador de Indiana disse que o projeto não é discriminatório. "A Constituição dos Estados Unidos e a Constituição de Indiana proporcionam um forte reconhecimento da liberdade de religião mas, hoje em dia, muitas pessoas de fé sentem que sua liberdade religiosa está sendo atacada pela ação do governo", argumentou.

O ato, no entanto, gerou repúdio de diversos setores nos Estados Unidos. O CEO da Apple, Tim Cook, foi um dos que protestou, via Twitter, e alertou para que o Estado do Arkansas, que tem um projeto de lei semelhante, não faça o mesmo: “A Apple é aberta a todos. Estamos profundamente decepcionados com a nova lei de Indiana e pedimos que o governador do Arkansas vete projeto semelhante”, escreveu Cook.

O ator Ashton Kutcher, por sua vez, provocou: “Indiana, vocês também permitirão que estabelecimentos cristãos proíbam judeus de entrar? Ou vice-versa? Liberdade religiosa??”, publicou Kutcher, usando a hashtag “ultrajante”.

A Associação Nacional Atlética Colegial (NCAA), que deve organizar a final de basquete universitário masculino daqui a duas semanas em Indianápolis, a capital de Indiana, também mostrou preocupação.

“Estamos examinando os detalhes desta lei. No entanto, a NCAA está comprometida com um ambiente inclusivo, onde todos os indivíduos podem desfrutar do mesmo acesso aos eventos”, disse, em comunicado, o grupo da NCAA de Indianápolis.