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Presos se negaram a vendar os olhos, diz testemunha de execução na Indonésia

Angelita, prima do brasileiro Rodrigo Gularte, chora após a execução, ao lado do padre Charlie Burrows - Adi Weda/EFE
Angelita, prima do brasileiro Rodrigo Gularte, chora após a execução, ao lado do padre Charlie Burrows Imagem: Adi Weda/EFE

Do UOL, em São Paulo

29/04/2015 08h32

Os oito presos executados por um pelotão de fuzilamento na Indonésia na terça-feira se negaram a colocar uma venda nos olhos e entoaram cânticos religiosos, afirmou uma testemunha da execução nesta quarta-feira (29). 

Os condenados - o brasileiro Rodrigo Gularte, dois australianos, quatro africanos e um indonésio - fizeram um longo percurso desde sua prisão, situada na ilha de Nusakambangan, até um clarão em meio à selva onde eram esperados pelo pelotão.

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Christie Buckingham, a pastora que acompanhou um dos australianos em seus últimos momentos, relatou a seu marido que os condenados se comportaram "com força e dignidade até o fim".

"Disse que os oito saíram ao campo de execução entoando cânticos de louvor", explicou Rob Buckingham à rádio australiana 3AW.

Na cidade portuária de Cilacap, de onde se chega à ilha de Nusakambangan, um pequeno grupo de pessoas havia se reunido com velas pouco antes da execução.

"Não tenham medo, não há nada a temer", disse Owen Pomana, um ex-presidiário e amigo dos condenados australianos Andrew Chan e Myuran Sukumaran, tentando levantar o ânimo dos presentes.

Os oito condenados à morte foram atados a um poste e executados por um pelotão formado por 12 homens. Ao amanhecer, seus corpos foram devolvidos a Cilacap dentro de caixões.

Angelita Muxfeldt, prima do brasileiro Rodrigo Gularte, chorava desolada enquanto um padre, Charlie Burrows, abria caminho entre a multidão.

A família e os amigos da filipina Mary Jane Veloso, por sua vez, choravam de alegria, depois que ela foi poupada na última hora. (Com agências internacionais)