Projeto de brasileiros leva esperança com reconstrução de vila do Nepal
A vila de Deupur, no Nepal, distante cerca de três horas da capital Katmandu, ficou devastada após o terremoto de magnitude 7,8 atingir o país no dia 25 de abril deste ano. As estruturas, feitas de pedra, não aguentaram os tremores: das 100 casas construídas pela comunidade, 93 foram totalmente destruídas. Ao lado dos destroços, cada família improvisa novas moradias com tendas de lona. O pequeno espaço, em média com 6 m², chega a abrigar até oito pessoas.
O líder e pastor da vila, Anosh Bayalkoti, explica que, além das casas, a maioria das pessoas perdeu animais e plantações, que eram os principais meios de subsistência da comunidade. "Ainda me lembro dos gritos dos animais soterrados e das pessoas chorando ao meu redor. Quando abri a porta da igreja, vi que tudo tinha ido embora, tudo estava no chão", conta Anosh.
Diante dessa situação, um projeto idealizado por cinco brasileiros e dois nepaleses começou a ajudar a comunidade de Deupur com doações de alimentos, cobertores, adubos e até mesmo na reconstrução de casas, este o maior desafio do grupo. Atualmente, 50 casas já foram construídas pela própria comunidade com incentivo do projeto Missão Nepal 2015.
"A vila Deupur foi a primeira em que executamos trabalho antes do terremoto. Antes, a Missão tinha como pretensão trabalhar com evangelismo de pessoas em vilas, com auxílio humanitário básico e consolidação de projetos locais vinculados ao MCM (Missão Cristã Mundial). Porém, após o terremoto, tudo mudou. Houve aproximação com as pessoas dessa vila e, desde então, detectamos as necessidades do local. Após o terremoto, e por seu resultado devastador, decidimos retornar à Deupur e iniciar um processo de restauração da vila", explica o brasileiro Edgard Garcia.
Edgard conta que para ter o suporte necessário, o engenheiro americano Tim Potter, que é vinculado à missão, foi até a vila e passou instruções de como construir bases seguras e resistentes a futuros terremotos. O grupo de brasileiros está morando no Nepal desde fevereiro deste ano e vivenciou o terremoto do dia 25 de abril. "O desespero pela sobrevivência gerou uma marca muito forte em nós", conta Edgard.
Segundo Bayalkoti, o maior desafio atual de Deupur está no acesso à água potável e no cultivo de plantações para prover comida à população da vila. Atualmente, cerca de 200 pessoas moram nesta comunidade e a bica de água mais próxima fica a 40 minutos de caminhada.
Porém, em meio a tanto caos, vê-se ainda um povo com muita fé. "Uma semana após o terremoto, a equipe da Missão Nepal chegou. Foi uma benção para nós, pois as pessoas estavam sem esperança. Agora, todos nós estamos reconstruindo tudo de novo com esperança", diz Anosh.
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