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Palestinos ganham o direito de hastear bandeira na sede da ONU

JOSEPH EID/AFP
Imagem: JOSEPH EID/AFP

Do UOL, em São Paulo

10/09/2015 20h15Atualizada em 10/09/2015 20h38

A Assembleia-Geral da ONU aprovou nesta quinta-feira (10) uma resolução permitindo que a representação palestina hasteie sua bandeira na sede das Nações Unidas (ONU).

Segundo a resolução, aprovada com 119 votos a favor e oito contra -- incluindo Israel e os EUA --, observadores da ONU com missão permanente, como a Palestina e o Vaticano, poderão colocar suas bandeiras nos próximos 20 dias. Na votação, 45 países se abstiveram, entre eles Alemanha, Áustria, Finlândia e Holanda.

A Autoridade Nacional Palestina e Vaticano são considerados Estados observadores não-membros e por isso não têm, até agora, suas bandeiras enfileiradas na área em frente ao prédio das Nações Unidas.

A bandeira palestina poderá estar hasteada a tempo para a visita a Nova York do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em 30 de setembro. Ele pronunciará um discurso durante a sessão anual da Assembleia Geral, que também contará com a presença de seu colega israelense, Benjamin Netanyahu.

"É um passo no caminho que leva a Palestina ao status de membro de pleno direito das Nações Unidas", disse o primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah, em uma coletiva de imprensa conjunta em Paris com seu colega francês, Manuel Valls.

O representante palestino na ONU, Riyad Mansur, reconhece que é "uma medida simbólica". Ele acredita que ela "reforçará as bases do Estado palestino", dando aos palestinos uma luz de esperança num momento em que o processo de paz com Israel se encontra estagnado.

O outro beneficiário dessa resolução é o Vaticano que, embora tenha se desvinculado da iniciativa palestina, não se opôs abertamente. Seu representante na ONU, monsenhor Bernardito C. Auza, declarou aos jornalistas que o Vaticano não tinha "a intenção de hastear a bandeira durante a visita do papa" Francisco em 25 de setembro. Em junho, o Vaticano reconheceu a Palestina, ao assinar um primeiro acordo bilateral com a Autoridade Palestina.

O enviado israelense à ONU, Ron Prosor, expressou de maneira firme sua oposição à iniciativa nesta semana, acusando os palestinos de tentar "ganhar pontos fáceis e insignificantes na ONU". O embaixador de Israel pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a Sam Kutesa, presidente da Assembleia Geral, para bloquearem o projeto, que vai contra as práticas da ONU de hastear apenas as bandeiras dos Estados-membros.

O Departamento de Estado americano disse considerar contraproducentes os esforços para que um Estado palestino seja reconhecido "por intermédio do sistema das Nações Unidas, fora de um regulamento negociado" com Israel. (Com agências internacionais)