Topo

Tragédia em peregrinação religiosa deixa mais de 700 mortos na Arábia Saudita

Do UOL, em São Paulo

24/09/2015 06h26

Pelo menos 717 pessoas morreram nesta quinta-feira (24) e mais de 800 ficaram feridas em um tumulto envolvendo peregrinos próximo à cidade sagrada de Meca, onde 3 milhões de pessoas participam do Hajj, o rito muçulmano da peregrinação, informou a Defesa Civil da Arábia Saudita.

Trata-se do pior tumulto em Meca 25 anos. Devido ao grande número de pessoas e o atendimento ainda em curso, o número de mortos e feridos pode aumentar, dizem as autoridades.

O incidente aconteceu entre acampamentos de peregrinos na cidade vizinha de Mina, que abriga aqueles que viajam a Meca para as festividades. O Islã diz que todos aqueles capazes devem realizar o Hajj ao menos uma vez na vida.

Segundo a rede norte-americana CNN, o tumulto aconteceu durante o ritual de apedrejamento do diabo, que em outros anos já causou incidentes com centenas de mortos.

De acordo com a Defesa Civil, seis equipes de emergência prestam os primeiros socorros aos feridos no local da tragédia e orientam os peregrinos para "rotas alternativas".

Até o momento não foram divulgados os motivos que teriam provocado uma correria em Mina, cidade que realizou nos últimos anos obras de infraestruturas para facilitar o deslocamento dos peregrinos.

No dia 11 de setembro, quase duas semanas antes do início da peregrinação à Meca, um guindaste desabou na Grande Mesquita e matou mais de 100 pessoas.

Um ritual e muitos incidentes

No ritual de apedrejamento do diabo, a multidão atira pedras em três pilares, em uma reencenação do evento quando o profeta Abraão apedrejou o demônio e rejeitou suas tentações, de acordo com as tradições muçulmanas.

A cerimônia foi palco de tumultos e centenas de mortes nas décadas de 1980 e 1990, uma vez que para acessá-la, peregrinos precisam passar por um gargalo lotado que leva aos pequenos pilares. Em 2006, um tumulto no local causou a morte de 363 pessoas.

Depois dos incidentes, o governo saudita ergueu três grandes e uma ponte de cinco andares que custaram U$ 1,2 bilhão, em uma tentativa de um ambiente mais espaçoso para os fiéis. (Com agências internacionais)