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Indonésios são açoitados em público por brincar com jogo infantil

Tjia Nyuk Hwa recebe açoite durante castigo público em frente a mesquita em Aceh, na Indonésia - Chaideer Mahyuddin/ AFP
Tjia Nyuk Hwa recebe açoite durante castigo público em frente a mesquita em Aceh, na Indonésia Imagem: Chaideer Mahyuddin/ AFP

Do UOL, em São Paulo

28/02/2018 09h22

Dois indonésios foram açoitados em público na terça-feira (27) por terem brincado com um jogo infantil, o que foi considerado uma violação a lei islâmica, na província de Aceh.

O castigo ocorreu sob olhares de centenas de espectadores, que ridicularizaram e tiraram fotos da dupla. Além deles, outras três pessoas foram punidas com açoites, incluindo um casal que foi castigado por demonstrar afeto em público. O grupo recebeu açoites com uma vara.

Aceh é a única província indonésia que adota a lei da sharia e onde as pessoas podem ser punidas com açoites por uma série de ofensas - de jogatina e beber álcool a fazer sexo gay ou ter relações fora do casamento.

Na terça-feira, Dahlan Silitonga, 61, e Tjia Nyuk Hwa, 45, foram açoitados seis e sete vezes, respectivamente, depois de terem sido presos por brincar com um jogo infantil que permite aos jogadores trocarem moedas por prêmios ou cupons.

A dupla foi acusada de jogatina enquanto outro homem, Ridwan MR, recebeu 19 açoites por estar envolvido no jogo.

"Isto cria um efeito dissuasivo para que as pessoas não repitam violações a lei islâmica da sharia", disse o prefeito de Aceh, Aminullah Usman. "Nós fizemos isso na frente do público de propósito... assim isso não vai se repetir".

Cerca de 300 espectadores, incluindo turistas, ridicularizavam o trio enquanto eles eram flagelados no lado de fora da mesquita. "Vocês são velhos. Demonstre remorso", a multidão gritava.

A não-muçulmana Tjia Nyuk Hwa tentava esconder o rosto com um véu branco. Vários não-muçulmanos foram punidos sob a lei dura de Aceh desde que a sharia foi adotada em 2001 como parte de um acordo com o governo central para encerrar uma longa insurgência.

Cerca de de 98% dos cinco milhões de moradores de Aceh são muçulmanos sujeitos a lei religiosa. Não-muçulmanos que cometeram alguma ofensa que viole as leis religiosa e nacional podem escolher ser processados sob cada um dos sistemas jurídicos.

Cristãos e outros não-muçulmanos às vezes escolhem ser açoitados para evitar o lento processo jurídico e o risco de prisão. (Com a AFP)