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Premiê da Finlândia apoia adesão do país à Otan; Rússia reage com ameaça

Do UOL, em São Paulo*

12/05/2022 08h34Atualizada em 12/05/2022 11h45

O presidente e a primeira-ministra da Finlândia anunciaram hoje serem favoráveis a uma adesão "sem demora" do país à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a aliança militar atlântica. Em reação a esse movimento do país nórdico, a Rússia afirmou que "será forçada a tomar medidas de retaliação".

A decisão finlandesa será formalizada neste domingo (15) à organização, conforme um comunicado conjunto do presidente Sauli Niinistö e da premiê Sanna Marin.

Ser membro da Otan reforçaria a segurança na Finlândia. Enquanto membro da Otan, a Finlândia reforçaria a aliança no seu conjunto. Trecho de comunicado

O país, que tem 1,3 mil quilômetros de fronteiras terrestres com a Rússia, já vinha sinalizando a intenção de abrir mão da neutralidade adotada após a amarga derrota para a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. Os 200 anos de neutralidade militar da vizinha Suécia também podem estar com os dias contados.

No ranking do Índice Global da Paz, que mede a paz no mundo, suecos e finlandeses estão sempre em bons patamares, apesar da recente onda de violência entre gangues rivais na Suécia.

Rússia reage com ameaças

Após o comunicado da Finlândia, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia reagiu com ameaças, através de seu canal oficial no Telegram.

"Helsinque deve estar ciente da responsabilidade e consequências de tal movimento. A adesão da Finlândia à Otan causará sérios danos às relações bilaterais russo-finlandesas, que mantêm a estabilidade e a segurança na região nórdica", disse Moscou.

"A Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza militar-técnica quanto de outra natureza, a fim de impedir as ameaças à sua segurança nacional que surgem a esse respeito", completou.

O porta-voz russo, Dmitry Peskov, também informou que a Rússia estará preparada para dar a "resposta mais decisiva" se algum lado tentar entrar no conflito na Ucrânia" e "entrar na operação militar especial, que agora está sendo realizada pelas Forças Armadas da Federação Russa".

"Operação militar" é o termo que os russos usam para classificar a guerra que promovem no território ucraniano, que hoje entrou em seu 78º dia.

Peskov também disse que, nos últimos dois meses, "não houve ações para retomar o diálogo" entre Rússia e Estados Unidos, país aliado da Ucrânia, enviando ajuda militar, e que é uma das principais lideranças da Otan.

Suécia também planeja adesão à Otan

Segundo o jornal "Expressen", o governo da Suécia também planeja apresentar um pedido de adesão à Otan na próxima semana, após a vizinha Finlândia reconsiderar sua política de segurança pós-Segunda Guerra Mundial em decorrência da invasão da Ucrânia pela Rússia.

O Parlamento da Suécia vai debater a situação de segurança na segunda-feira e a primeira-ministra Magdalena Andersson convocará uma reunião especial do gabinete onde a decisão formal de candidatura será tomada, disse o Expressen, citando fontes não identificadas.

Um pedido será enviado diretamente depois disso, supondo que nada inesperado ocorra, disseram fontes ao jornal.

*Com informações das agências RFI, em Bruxelas (Bélgica), Reuters, em Estocolmo (Suécia), e AFP, em Moscou (Rússia)