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Quase 70% dos países que recebem dinheiro de fundos climáticos são corruptos, diz Transparency International

O Brasil, um dos 20 maiores beneficiários de fundos climáticos, foi apontado como uma nação com problemas de corrupção no setor público, prejudicando o combate efetivo às mudanças climáticas, revela ranking da Transparency Internacional - Transparency Internacional
O Brasil, um dos 20 maiores beneficiários de fundos climáticos, foi apontado como uma nação com problemas de corrupção no setor público, prejudicando o combate efetivo às mudanças climáticas, revela ranking da Transparency Internacional Imagem: Transparency Internacional

Ingrid Tavares

Do UOL, em São Paulo

15/02/2013 06h00

A maioria dos países que recebem ajuda financeira para combater os efeitos do aquecimento global enfrentam problemas de corrupção, o que compromete as ações de mitigação (diminuição das emissões) e de adaptação aos problemas climáticos, segundo o Índice de Percepção de Corrupção (CPI, na sigla em inglês). Criado pela Transparency International, o ranking mede a percepção da corrupção do setor público de cada país.

Dos 176 territórios analisados em 2012 pela organização, 123 receberam menos de 50 pontos (sendo zero um nível alto de corrupção e cem, um nível baixo), ou seja, quase 70% dos governos são vistos como fraudulentos pela comunidade internacional. O Brasil está dentro desse grupo, com 43 pontos no índice, na 69º posição.

Nenhum país foi considerado "limpo" para ter a graduação máxima, de cem pontos. O primeiro lugar da lista, que obteve 90 pontos, foi dividido entre três países: Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia. Já os piores colocados, com apenas 8 pontos, foram o Afeganistão, a Coreia do Norte e a Somália.  
 
Todos os 20 maiores beneficiários desses fundos climáticos ganharam notas vermelhas no ranking, assim como o nosso país. Desse total, 17 governos conseguiram menos de 40 pontos, indicando um nível alto de corrupção. É o caso da China, cujas grandes cidades têm visto graves problemas de poluição, e das Filipinas e do Vietnã, que precisam urgentemente de investimentos em obras de infraestrutura.