Em liberdade na Rússia, ativista não sabe se pode viajar ou receber visita
A ativista brasileira Ana Paula Maciel deixou o Centro de Detenções em que estava presa, em São Petersburgo, nesta quarta-feira (20). Ela foi a primeiro do grupo de 28 ativistas e dois jornalistas a ganhar a liberdade após pagamento de fiança de 2 milhões de rublos (R$ 141 mil), pagos pelo Greenpeace.
Ainda não foram divulgados pela Justiça russa os detalhes sobre as condições e restrições impostas àqueles que ganharem liberdade provisória. Não se sabe, portanto, se Ana Paula poderá deixar o país ou receber visitas. Essas informações devem ser esclarecidas nos próximos dias.
O grupo de ativistas foi preso em 19 de setembro na Rússia após um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico - uma região internacional crucial para a manutenção da temperatura e nível do mar do planeta.
Rosangela Maciel, mãe de Ana Paula, comemorou a notícia, mas ressaltou que a história ainda não chegou ao fim. “Meu coração de mãe sempre me disse para eu manter a fé. Mal posso esperar para ter minha amada filha nos meus braços e de volta a casa. Sabemos que o caso ainda não terminou, mas minha filha é uma guerreira e superará tudo isso no final”.
O diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, destacou que nenhum dos ativistas está, de fato, em liberdade, enquanto as acusações continuarem de pé e enquanto eles não puderem voltar para suas casas. Os presos são acusados de pirataria e vandalismo. O governo russo chegou a dizer que retiraria a acusação de pirataria, a mais grave, mas ela ainda consta nos autos.
"As imagens da nossa querida amiga Ana Paula saindo do Centro de Detenções é algo que milhões de pessoas ao redor do mundo vão receber como sinal de esperança. Esperamos que os outros 29 guerreiros tenham o mesmo destino, que possam voltar para suas famílias e que sua mensagem pelo Ártico alcance as pessoas", afirmou.
Até o momento, a Justiça russa consentiu a liberdade provisória, sob fiança, a 18 pessoas do grupo – contando com Ana Paula. A ONG já pagou a fiança de nove deles, mas não espera que eles sejam liberados antes do final de semana. O restante dos pagamentos está sendo providenciado pelos advogados. Onze pessoas ainda aguardam suas audiências. E um deles, o australiano Colin Russell, teve a prisão estendida por três meses.
O ministério das Relações Exteriores informou, por meio de seu Twitter, que o ministro Luiz Alberto Figueiredo conversou com Ana Paula por telefone e manifestou satisfação por sua libertação. Na terça (19), a presidente Dilma Rousseff já havia declarado que estava feliz pela liberdade da brasileira.
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