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Chineses pagariam mais por energias limpas, e você?

Do UOL, em São Paulo

14/09/2016 06h00

Não é novidade que a China é um dos países com mais poluição no mundo. Fotos de suas cidades cobertas por névoa de poluentes e de habitantes com máscara são familiares. Por isso, mais de 90% dos chineses disseram que pagariam mais por energias limpas, segundo um levantamento do Instituto Ipsos.

O estudo, encomendado pela Associação das Indústrias Chinesas de Energia Renovável, mostrou uma tendência muito maior dos chineses se interessarem por energias limpas do que outras nacionalidades. Na última semana, o país, atualmente o maior emissor de gases do efeito estufa, assinou o Acordo de Paris junto aos Estados Unidos, o maior emissor histórico, se comprometendo a reduzir suas emissões.

Na China, 90,6% dizem aceitar o aumento de custo para consumir energias limpas. O número é bem superior a vários pelo mundo, como Estados Unidos (cerca de 50%), Reino Unido (48%) e Canadá (77%). Uma pesquisa internacional feita em 60 países mostrou que 66% estariam de acordo com um aumento de preços.

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Efe

"Em comparação, os consumidores chineses mostram uma vontade mais forte de adquirir energias limpas e estão prontos para pagar taxas consideravelmente mais elevadas por elas. No entanto, não existem atualmente opções para os consumidores na China selecionarem sua fonte energética", diz Peng Peng, diretor de pesquisa política da associação.

A maior parte do fornecimento de energia na China vem do carvão, grande responsável pela emissão de CO2. A pesquisa ainda apontou que 97% dos chineses acreditam que o uso de energias limpas reduziria a poluição do ar e que 87,9% querem que suas contas contenham a origem da energia.

O número de pessoas preocupadas com a poluição ambiental na China também foi altíssimo: 95,9%. A pesquisa do instituto Ipsos ouviu três mil pessoas em dez cidades do país. 

A conclusão da pesquisa está de acordo com dados sobre a poluição na China. Estudos mostram que das cidades mais poluídas do mundo, cinco estão no país. O problema é ainda maior: em 2015, 265 (78,4%) das 338 cidades chinesas tinham qualidade do ar abaixo dos níveis aceitáveis.