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Lula deixa o hospital Sírio-Libanês após primeira sessão de radioterapia

Do UOL Notícias*, em São Paulo

04/01/2012 17h09Atualizada em 04/01/2012 17h43

O o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o hospital Sírio-Libanês por volta das 17 horas desta quarta-feira (4) após a primeira sessão de radioterapia. Ele também fez uma sessão de quimioterapia, considerada pelos médicos uma terapia complementar à radioterapia. Lula almoçou normalmente e, segundo sua assessoria, não apresentou efeito colateral à radiação.

Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês, a quimioterapia já era planejada pela equipe médica desde o início de dezembro e foi agendada para ocorrer no mesmo dia da primeira sessão de radioterapia. A medicação é diferente dos três ciclos de quimioterapias aos quais Lula se submeteu no ano passado.

Lula chegou ao Sírio-Libanês às 10h42 de hoje e evitou os jornalistas. Durante o dia, o ex-presidente recebeu a visita do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD).

De acordo com a assessoria de imprensa, Lula deve ir diariamente ao hospital, com exceção dos sábados e domingos, durante seis a sete semanas para continuar com as sessões de radioterapia.

A expectativa do ex-mandatário é retomar suas atividades políticas já em março, ainda a tempo de acompanhar as pré-campanhas dos candidatos do PT e aliados na disputa eleitoral nos municipais que acontece em outubro.

Redução do tumor

Os médicos que cuidam do tratamento de Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram em entrevista coletiva no dia 12 de dezembro que o tumor na laringe do ex-presidente reduziu 75% e, portanto, uma cirurgia está "totalmente" descartada.

Segundo os médicos, a redução era esperada, mas foi considerada bastante expressiva, surpreendendo a equipe. “Estamos muito satisfeitos, o tratamento atingiu todos os objetivos”, disse o médico Paulo Hoff. 

A expectativa é de que o tratamento esteja concluído em março. "Se existe um caminho para a cura, passa por esse estado [de redução]. Mas cura é um diagnóstico retrospectivo", disse o médico Artur Katz.

À época da quimioterapia, a equipe médica também informou que a rouquidão do ex-presidente melhorou. “A rouquidão diminuiu muito e isso é reflexo da redução do tumor”, disse Paulo Hoff.  O tratamento por radioterapia, entretanto, pode voltar a causar rouquidão, já que costuma inflamar a garganta.

Lula se antecipou a um dos efeitos colaterais da quimioterapia e cortou o cabelo e a barba, uma de suas marcas registradas, que ele vinha usando desde os tempos de sindicalista. Do visual tradicional do ex-presidente, restou apenas o bigode.

O câncer

O tumor foi diagnosticado no último dia 29 de outubro, dois dias depois do aniversário de 66 anos de Lula. O ex-presidente procurou ajuda médica após se queixar de constantes dores de garganta e apresentar rouquidão considerada acima do normal. Na época, o tumor tinha aproximadamente 3 centímetros, considerado de agressividade média.

A laringe é um órgão situado na região do pescoço e tem funções respiratórias relacionadas ao aparelho vocal. O câncer de laringe atinge principalmente homens e é um dos mais comuns na região da cabeça e pescoço.

Segundo o Instituto do Câncer (Inca), fumantes têm dez vezes mais chances de desenvolver câncer de laringe de que pessoas que não fumam. O câncer de laringe representa cerca de 25% dos tumores malignos na região da cabeça e pescoço. Dois terços dos tumores do gênero ocorrem na corda vocal.

*Com informações da Agência Brasil e da Agência Estado