Liderança do MST é morta a tiros no agreste de Pernambuco
O trabalhador rural sem-terra Antonio Tiningo, coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no acampamento da fazenda Ramada, em Jataúba, agreste pernambucano, foi morto na última sexta-feira (23).
Morte em Minas
O secretário de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas Gerais, o procurador de Justiça Rômulo Ferraz, determinou "prioridade absoluta" para a apuração da morte dos três integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) na manhã do último sábado (24), que está a cargo da Delegacia de Homicídios de Uberlândia. Foram enviados para a cidade um delegado, três investigadores e um escrivão do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Belo Horizonte para ajudar nos trabalhos em Uberlândia.
Segundo Edilson Batista, liderança do MST em Pernambuco, Tiningo foi assassinado a tiros por “pistoleiros” em uma estrada de terra quando se dirigia da fazenda ocupada para outro acampamento na região. A polícia está na região apurando a morte.
A fazenda, com 600 hectares, foi ocupada por cerca de 50 famílias sem-terra há três anos por ser improdutiva, afirma Batista. Em 2011, a propriedade foi vendida a um fazendeiro considerado “violento”, em comparação com o dono anterior, que, segundo o militante do MST, “era tranquilo.”
De acordo com Batista, no final de 2011, o novo dono organizou pistoleiros e retirou à força os sem-terra acampados. Semanas depois, a propriedade foi reocupada pelas famílias, o que teria irritado o proprietário. “Desde então, ele e os seguranças vivem fazendo ameaças”, diz o líder sem-terra.
Uma brigada ligada à direção estadual do MST já está no acampamento para fazer a segurança das famílias, segundo Batista. “Eles já espalharam que vão matar mais duas lideranças do acampamento”, diz.
O movimento quer que um delegado especializado em conflitos agrários atue no caso e que o ouvidor agrário nacional, o desembargador Gercino José da Silva Filho, vá para a região acompanhar o caso.
A reportagem ligou para o delegado agrário de Jataúba, mas ele não atendeu ao telefonema. A assessoria de imprensa da Polícia Civil também foi procurada, mas não atendeu às ligações. O proprietário da fazenda não foi localizado.
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