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Após homenagem na Câmara, FHC defende CPI do caso Cachoeira no Congresso

"Acho que o país se cansou [da corrupção]", disse FHC - 12.dez.2011 - Daniel Marenco/Folhapress
"Acho que o país se cansou [da corrupção]", disse FHC Imagem: 12.dez.2011 - Daniel Marenco/Folhapress

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

17/04/2012 14h12Atualizada em 17/04/2012 18h04

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defendeu nesta terça-feira (17) que os parlamentares iniciem um processo de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as relações de parlamentares com o empresário de jogos ilegais Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela Polícia Federal.

"Acho que o país se cansou [da corrupção]. Talvez seja o momento do Congresso crescer, de fazer uma CPI e levar à raiz das questões. E que, realmente, não seja apenas para acusar sem base”, disse o tucano após uma homenagem que recebeu na Câmara dos Deputados. FHC participou do evento de lançamento de um documentário de 57 minutos feito pela TV Câmara sobre a vida e as atividades do ex-presidente.

"Acho bom [a criação da CPI]. O país precisa neste momento passar a limpo essas questões com serenidade. Nos cansamos de ver o grau de corrupção existente. E não estou criticando A, B ou C porque, infelizmente, atinge a quase todos, não [só as] pessoas, mas [também os] partidos", argumentou.

Parlamentares de diferentes legendas da base e da oposição ao governo federal participaram do evento e cumprimentaram FHC. O presidente da Câmara, o petista Marco Maia (RS), foi um dos que demonstrou maior admiração pelo político tucano.

Durante rápida entrevista após o evento, o ex-presidente adotou um tom conciliador e enalteceu o papel do Legislativo de fiscalizar e investigar pela prerrogativa de criar CPIs. "O Congresso, em certos momentos, tem que fazer, eu acho que o Congresso tem que fazer [a CPI]", finalizou. 

Instalação da CPI

Prevista para hoje, a representação para a instalação de uma CPI mista no Congresso pode ser adiada, já que ainda faltam assinaturas.

Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", o temor de que as investigações sobre Cachoeira possam respingar em membros do governo fez integrantes do PT começarem a trabalhar pelo adiamento da comissão.

Hoje, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que a CPI é uma atribuição exclusiva do Congresso Nacional. O foco do governo federal, segundo ela, é trabalhar ao máximo para que a CPI não atrapalhe as votações de matérias importantes como a unificação da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para produtos importados em 4% e a criação de regras que disciplinem a cobrança desse imposto para o comércio eletrônico, por exemplo.

(Com Agência Brasil)