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Marconi Perillo volta a se defender de possível envolvimento com Carlinhos Cachoeira

Governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) nega influência de bicheiro em seu governo - Sergio Lima/Folha Imagem
Governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) nega influência de bicheiro em seu governo Imagem: Sergio Lima/Folha Imagem

Rafhael Borges

Do UOL, em Goiânia

17/04/2012 12h35

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), se esquivou novamente das denúncias de que Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tenha influência na nomeação de funcionários no governo do Estado. Segundo ele, os secretários têm liberdade para fazer a escolha de seus assessores. “Isso é de responsabilidade de quem fez as indicações”, disse Perillo.

As gravações da Polícia Federal apontam que o bicheiro e Wladimir Garcez (ex-presidente da Câmara de Goiânia) teriam comemorado as contratações liberadas pelo governador. O ex-parlamentar diz ao bicheiro, em um dos diálogos, que estão com sete pessoas em cargos estaduais. E Cachoeira elogia o parceiro: “Ocê, é o seguinte, Wladimir. Ocê é o cara que mais põe gente nesse governo aí.”

Eles dão mais detalhes das negociações. Garcez diz: “O governador liberou os negócios dele e eu falei para ele que nós temos mais quatro pedidos. Esse de Anápolis ele resolveu que vai lotar nas nomeações. Os de Goiânia ele vai ver a questão de gerência aqui. Aí tem duas ou três gerências para vir para nós, para a gente discutir quem são os nomes”. Cachoeira responde: “Tá, cê põe a Vanessa numa. A Rosana pode ser um salário de R$ 2 mil. A Vanessa é gerência, tá?”.

Perillo afirmou que vai analisar tudo que for apresentado e tomar as providências cabíveis. Duas semanas atrás, a chefe de gabinete do governador pediu exoneração do cargo depois de ser mostrada repassando informações sigilosas de operações policiais a Carlinhos Cachoeira.

MP x Demóstenes

Integrantes do Ministério Público de Goiás, liderados por Pedro Tavares Filho, presidente do Colégio de Procuradores de Justiça do MP, estão reunidos para discutir o caminho que devem tomar em relação às denúncias que envolvem membros do órgão com a Operação Monte Carlo.

Uma das decisões a serem tomadas envolve o procurador-geral, Benedito Torres, irmão do senador Demóstenes Torres. O Conselho Nacional do Ministério Público abriu investigação contra ele, e o mesmo poderá ser feito pelo colegiado estadual.

Já com relação a Demóstenes, que também comandou o Ministério Público em Goiás e a secretaria de Segurança Pública, foi aberto processo administrativo disciplinar com pedido de exoneração do cargo de procurador, do qual está licenciado desde que entrou na vida pública em 1999.