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CPI do Cachoeira convoca governadores de Goiás e DF; Cabral escapa

Maurício Savarese

Do UOL, em Brasília

30/05/2012 15h00Atualizada em 30/05/2012 19h20

Por unanimidade, a CPI mista (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Cachoeira convocou, nesta quarta-feira (30), o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), para depor. O tucano já afirmou mais cedo a colegas que deseja falar "o quanto antes" à comissão. A CPI espera que ele preste esclarecimentos até a próxima terça-feira (5).

Cabral havia recebido mensagem tranquilizadora de ex-líder do governo na Câmara

Na mesma sessão, por 15 a 13 votos, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), também foi chamado a falar. Já Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, acabou dispensado de se explicar por um placar de 17 a 11.

O delegado Matheus Rodrigues, da Polícia Federal, afirmou que Perillo pode ter vendido uma casa no valor de R$ 1,4 milhão não ao dono de uma faculdade, como o próprio tucano chegou a alegar, mas, sim, a Cachoeira.

De acordo com as investigações da operação Monte Carlo, chefiada por Rodrigues, três cheques, sendo um de R$ 600 mil e outros dois de R$ 400 mil, foram entregues no Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano.

Escutas da PF também indicam que Cachoeira tentou se aproximar de membros do governo de Agnelo Queiroz. Já o governador do Rio é amigo de Fernando Cavendish, ex-presidente da construtora Delta, suspeita de participar do esquema do bicheiro.


O presidente da CPI do bicheiro Carlinhos Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou hoje que governadores de Estado podem ser convocados para depor à comissão, depois do questionamento de um colega.

Na terça-feira (29), Marconi surpreendeu colegas e compareceu ao final da reunião da CPI, dizendo que falaria se os parlamentares aceitassem. Vital negou a permissão.

Para hoje estava previsto o depoimento de Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste. Ele compareceu à reunião, mas invocou o direito de permanecer calado e acabou dispensado.

Além dele, também não foram ouvidos José Olímpio de Queiroga Neto, acusado de ser gerente da organização do contraventor; os contadores Lenine Araújo de Souza e Rodrigo Moral Dall Agnol e Gleyb Ferreira da Cruz, acusados de fazer pagamentos em nome de Cachoeira.

Segundo o presidente da comissão, após consulta à equipe técnica da CPI, a comissão tem poder de convocar qualquer representante do poder público porque várias esferas da Justiça podem contar com testemunhos de autoridades em qualquer processo.