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Presidente do Conselho de Ética quer evitar arquivamento de denúncias

Do UOL, em Brasília

02/04/2013 17h55Atualizada em 02/04/2013 18h00

O presidente eleito do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), disse que pretende acabar com os relatórios preliminares dentro do conselho.

Atualmente, antes da abertura do processo, o relator, sem fazer qualquer investigação, faz um parecer em que diz se acha que a investigação deve ou não ser feita. Para ele, isso impede a apuração das denúncias porque elas acabam sempre arquivadas.

Izar foi eleito nesta terça-feira (2) por 11 votos contra 10 para o deputado Marcos Rogério (PDT-RO). Havia um acordo entre alguns partidos para eleger o candidato do PDT e o PSD foi acusado de quebrar o entendimento. Para o presidente eleito do Conselho, acordos têm de ser feitos entre todos os partidos, o que não teria ocorrido nesse caso.

O novo presidente do Conselho afirmou que não contou com o apoio oficial de seu partido porque teria havido ameaça de represálias ao PSD, que pleiteia a criação de cargos para compor sua estrutura. Ele afirmou que o Conselho de Ética tem de ser independente para poder atuar contra os atos que hoje maculam a imagem do Legislativo.

“A Casa deve uma satisfação à sociedade. A gente vê acontecendo diversas coisas aqui dentro que eu às vezes tenho até vergonha de dizer que sou deputado. A gente precisa ter um conselho independente, que trabalhe seriamente”, afirmou. Segundo ele, a eleição desta terça-feira mostrou que grande parte dos parlamentares pensa dessa forma. “Nós mostramos que a independência tem que ser soberana dentro do Conselho de Ética”, concluiu.

Precedente desleal

O líder do PDT, deputado André Figueiredo (CE) afirmou que o resultado quebra um acordo feito antes da eleição da Mesa Diretora da Câmara e que isso representa um precedente perigoso e desleal.

“Existe um acordo dentro dessa Casa do respeito às definições intrapartidárias. Acordos existem. Não são acordos feitos por debaixo do pano. O que me preocupa seriamente são os acordos feitos por debaixo do pano que, infelizmente, norteiam as ações de alguns deputados dessa Casa”, afirmou.

Último dos 21 integrantes do Conselho a votar, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) denunciou que houve inúmeras manobras para evitar que o candidato independente fosse eleito, mas que elas não deram certo. “O Conselho de Ética não é cargo para se negociar. O Conselho de Ética não é lugar para se fazer acordos de ocupação, de preenchimentos de cargos, seja pra A, seja pra B.”

(Com Agência Câmara)