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No Rio, Dilma chama Pezão de "pai do PAC da Rocinha"; Cabral diz que parceria é "amor"

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

14/06/2013 12h36

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (13), durante cerimônia de anúncio de investimentos em infraestrutura urbana e equipamentos sociais nas comunidades da Rocinha e nos complexos do Lins e do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, que o vice-governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), foi chamado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “pai do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] da Rocinha”.

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O momento a que Dilma se refere foi em 2008, em cerimônias em Manguinhos e na Rocinha, durante o lançamento de obras do PAC. No mesmo dia, horas antes, Lula havia usado pela primeira vez a expressão "mãe do PAC" para se referir à então ministra-chefe da Casa Civil. "Quero que vocês olhem bem na cara deles", disse Lula à época. "Esse homem e essa mulher são os chefes que vão olhar a cada dia, a cada semana, a cada mês, as obras do PAC."

No evento de hoje, minutos antes do início do discurso de Dilma e em clima de troca de elogios, o governador Sérgio Cabral (PMDB) disse que a parceria entre governos estadual e federal no Rio é “amor”. “Tentam nos dividir, mas não vão conseguir. No pasará”, afirmou Cabral.

No cenário estadual, existe o temor de que a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao governo do Estado do Rio  possa comprometer a aliança nacional do PT com o PMDB nas eleições de 2014. A disputa se dá entre Lindbgerh e o atual vice-governador fluminense, Luiz Fernando Pezão (PMDB), pelo posto de candidato da coalizão entre PT e PMDB. Quando Lula batizou Dilam de "mãe do PAC", ela era apontada como o nome preferido do presidente para concorrer pelo PT ao Palácio do Planalto em 2010.

Maquiagem

A visita da presidente à favela da Rocinha atraiu manifestações de moradores insatisfeitos com a estrutura de saneamento básico da comunidade. Para o lojista Márcio Neves, 42, o dinheiro que será gasto com o teleférico da Rocinha, cujas obras fazem parte da segunda fase do PAC, deveria ser usado para "fechar os valões" da favela, além de melhorar o sistema de distribuição de água e esgoto.

"Na Rocinha, existem centenas de valões com esgoto a céu aberto. São muitos casos de crianças que pegaram doenças por brincar nesses valões. Queremos que o PAC 2 traga melhorias de verdade, e não apenas uma maquiagem para os gringos", disse. "Não adianta ter o teleférico, que é um enfeite, assim como foi no Complexo do Alemão." O governos federal e do Rio de Janeiro estão investindo um total de R$ 2,8 bilhões a Rocinha e nos complexos do Lins e do Jacarezinho, sendo R$ 1,6 bilhão na primeira.

A presença de Dilma na maior favela da América Latina também fez com que os moradores de outras comunidades do Rio acordassem cedo para protestar. No Complexo Esportivo da Rocinha, onde a presidente participou do evento para divulgar o PAC 2, o presidente de uma das associações de moradores do Andaraí (zona norte), André Santana, exibiu um cartaz pedido obras em sua comunidade, até ser repreendido pela segurança da Presidência.

Terrorismo e conto do vigário

A presidente Dilma disse também que a economia do Brasil vai bem e considerar o contrário é "terrorismo informativo" e "conto do vigário". Ela reclamou das análises sobre a volta da inflação.

"Nós jamais deixaremos que a inflação volte a esse país. Hoje ela está sob controle. Ontem ela estava sob controle e ela continuará sob controle. Críticas todo mundo tem que ter a humildade de aceitar. Agora, terrorismo não."

Dilma não citou nomes, mas parecia se referir à oposição. "Eu estou falando, por exemplo, que eles diziam que o Brasil ia ter racionamento. Agora não falam nada, porque está claro não só que o Brasil tem energia suficiente, como conseguimos reduzir a tarifa de energia."