"Partido deixou de ser instrumento de mobilização", diz Lindbergh
Partido político “virou coisa de eleição” e “deixou de ser instrumento de mobilização das ruas”, constata Lindbergh Farias, ex-líder dos caras-pintadas que em 1992 ajudou a pressionar pelo impeachment do então presidente Fernando Collor.
Depois de dez anos no poder, o PT e outras siglas de esquerda experimentam “um afastamento” das demandas da sociedade, “principalmente desse contato com a juventude”, afirma Lindbergh em entrevista ao Poder e Política, programa do UOL e da Folha.
Íntegra da entrevista (53 min.)
Aos 43 anos, o agora senador da República pelo PT do Rio de Janeiro acumula vasta experiência no currículo sobre protestos de rua. Foi do PC do B, do trotskista PSTU e virou petista em 2001. Para interpretar as manifestações atuais, ele mistura seu ativismo do passado, as incursões agora entre os eleitores do Rio de Janeiro e os relatos de seu filho de 17 anos, Luiz, frequentador das manifestações dos últimos dias.
Para Lindbergh, o PT ficou ao largo dos atuais protestos porque “a lógica de estar nos governos acaba distanciando de uma pauta mais real da vida das pessoas”. Falar de conquistas passadas “não basta mais”, diz ele. “Se nós do PT ficarmos na agenda antiga dos [últimos] dez anos, nós vamos ser superados”.
O petista compara as manifestações de hoje com às de duas décadas atrás. “No impeachment, demorava até 15 dias para marcar uma passeata. Hoje, é instantâneo por meio das redes sociais”.
A composição demográfica também se alterou. “Na minha época era mais juventude de classe média. Agora tem classe média e periferia, que é essa nova classe média”.
Por que a UNE (União Nacional dos Estudantes) anda sumida? “Perdeu o bonde. Não adianta agora querer assumir o controle, tomar a frente do protesto porque os estudantes não vão deixar”, responde o ex-presidente da entidade.
Acesse a transcrição completa da entrevista.
A seguir, vídeos da entrevista (rodam em smartphones e tablets):
1) Quem é Lindbergh Farias (1:53)
2) PT se descolou das massas, diz Lindbergh (0:54)
3) Para Lindbergh, protestos beneficiam Marina (1:23)
4) Caras-pintadas eram classe média; hoje periferia (0:59)
5) Lindbergh: Antes, organizar ato demorava 15 dias (0:36)
6) Atos não precisam mais de comando, diz Lindbergh (0:49)
7) Lindbergh: Protestos vão até o fim da Copa (0:57)
8) ‘Brasil do cartão postal’ irrita, diz Lindbergh (1:48)
9) UNE perdeu o bonde, diz Lindbergh (1:08)
10) Para Lindbergh, pauta de 2014 será a vida urbana (1:18)
11) Não há provas, diz Lindbergh sobre investigações (2:36)
12) Sou candidato no Rio e PMDB blefa, diz Lindbergh (2:35)
13) Íntegra da entrevista com Lindbergh Farias (53 min.)
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