PT reduz para 3 pontos da reforma política para tentar emplacar plebiscito para 2014
Em uma última tentativa de emplacar a realização de um plebiscito nos próximos meses que valha já para as eleições de 2014, o PT resolveu reduzir de cinco para três as questões propostas para simplificar a possível consulta popular.
O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), explicou que a redução é para tentar diminuir as dificuldades em discutir a proposta com os partidos aliados.
“Qual o problema? Preparamos um manifesto de convocação de decreto e colocamos lá cinco questões. Hoje, no café da manhã, PDT, PSB e PC do B ponderaram. Eu sugeri ao deputado Henrique [Fontana], que lidera o grupo reduzíssemos a três questões, sem entrar no mérito delas: sistema eleitoral, financiamento de campanha e mecanismo de participação popular. Então resumi para não criarmos tantas dificuldades na negociação com os partidos”, disse.
Inicialmente, a presidente Dilma Rousseff mandou uma proposta ao Congresso, em junho, com cinco pontos. Além dos três mantidos pelo líder do partido, Dilma incluiu regras para fim da suplência no Senado e fim do voto secreto no Congresso.
Presidente da Câmara quer referendo para povo validar reforma política
O PT precisa recolher a assinatura de 171 parlamentares – como prevê o regimento – para que a proposta comece a tramitar na Câmara.
Guimarães falou que o partido pretende recolher as assinaturas até o dia 10 de agosto, para dar entrada no processo. "Vamos trabalhar com 180 assinaturas a serem conseguidas", disse.
Dificuldade
Na semana passada, a Câmara "enterrou" a proposta de plebiscito que tivesse validade para 2014, apesar da vontade contrária do governo.
Apesar da pouca adesão, inclusive entre partidos da base aliada, o governo vem insistindo na ideia de um plebiscito que valha já para as eleições do ano que vem. "Embora reconheça as dificuldades impostas pelo calendário, reafirmo que o governo mantém a posição de que o ideal é a realização do plebiscito em data que altere o sistema político-eleitoral já nas eleições de 2014", disse o vice-presidente Michel Temer no último dia 3. Publicamente, apenas dois partidos declararam apoio ao plebiscito: PT e PC do B.
O assunto foi discutido pela manhã pelo PT e partidos da base. Dois dos três partidos simpáticos à proposta citados por Guimarães --PDT e PSB-- apontaram divergência em relação às perguntas que seriam feitas no plebiscito e sinalizam pela não concordância da consulta para mudar as regras das eleições em 2014.
O PDT, que inicialmente aparentava ser totalmente a favor da proposta, agora discorda de pontos. O líder do partido na Câmara, André Figueiredo (CE), diz que o entendimento com a proposta apresentada pelo PT está longe de um consenso.
"O PT está apresentando um esboço que não atende ao PDT. Queremos que seja incluída o sim ou não da reeleição, e isso não está externado, por exemplo", disse.
O líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), também aponta falhas nos temas sugeridos pelo PT. "O PSB não aprova um plebiscito sem a proposta de unificar as eleições, da população votar vereador a presidente. Tem algumas perguntas que trouxeram que precisam ser melhoradas. A pergunta que tem lá questiona se o eleitor é a favor que empresa doem às campanhas, mas não trata do financiamento público. Nós demos acordo a nada", afirmou.
A posição do partido é contrária à realização de plebiscito para eleições de 2014. "Se nesse primeiro momento não vale para 2014, por que a pressa? Nós temos dúvidas também em questões do conteúdo", afirmou.
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