Ex-assessor da Casa Civil preso acusado de estupro diz que "jamais" abusou de jovens
Alegando inocência, o ex-assessor da Casa Civil Eduardo Gaievski, denunciado por estupro de menores e favorecimento de prostituição, chegou por volta das 16h30 deste sábado (31) no 3° Distrito da Polícia Civil, nas Mercês, em Curitiba.
Ele foi preso em Foz do Iguaçu, na fronteira do Paraná com o Paraguai, e estava foragido desde a última sexta-feira (23).
Na chegada, Gaievski, que é ex-prefeito de Realeza (547 km de Curitiba), afirmou que “jamais” abusou das jovens, conforme denúncia do MP-PR (Ministério Público do Paraná) e que não pretendia fugir para o Paraguai. “Tudo vai ser esclarecido”, disse.
O delegado Rafael Vianna, responsável por comandar a equipe policial que prendeu o ex-assessor, afirmou que Gaievski estava escondido em um apartamento de parentes na cidade fronteiriça.
“Ele afirmou que é inocente e não resistiu à prisão”, disse o delegado.
O ex-assessor deve ficar agora preso preventivamente em Curitiba. Ele tem direito a cela especial já que possui curso superior. Vianna não soube informar em qual delegacia Gaievski ficará preso.
Ministra lamenta
Em nota divulgada hoje, a Casa Civil diz que Gaievski foi contratado “para acompanhar e monitorar alguns programas do governo federal executados em parceria com municípios”.
"Para a contratação, foram realizadas todas as pesquisas que se faz para ocupação de cargo de confiança na administração pública federal. Em nenhum momento, durante o processo de contratação, foi encontrada qualquer indicação sobre as acusações que hoje surgem contra Eduardo Gaievski e que levaram à sua prisão na manhã deste sábado", diz o texto.
Ainda de acordo com a nota, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, lamenta profundamente a situação. “Tenho uma história de vida, não só política, em defesa da mulher e seus direitos, mas também de crianças e adolescentes. As acusações imputadas a Eduardo Gaievski são da mais alta gravidade e têm que ser apuradas levando-se às últimas consequências. Jamais compactuei ou compactuarei com crimes, ignorando-os ou acobertando-os”, disse.
O caso
Gaievski teve mandado de prisão preventiva expedido na sexta-feira (23). Ele é suspeito de obrigar adolescentes a lhe prestar favores sexuais em troca de dinheiro. Na época dos crimes, ainda era prefeito de Realeza (2005-2012).
As investigações do MP-PR começaram há três anos. O processo corre em segredo de justiça por envolver menores de idade.
Após as acusações virem a público, Gaievski foi exonerado da Casa Civil, cargo que ocupava desde janeiro nomeado pela ministra Gleisi Hoffmann.
Além disso, na última segunda-feira (26), foi suspenso do PT do Paraná, partido que era filiado.
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