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Graça se corrige e diz que negócio de Pasadena era apenas "potencialmente bom"

A presidente da Petrobras, Graça Foster, participa de audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília - Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
A presidente da Petrobras, Graça Foster, participa de audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília Imagem: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

30/04/2014 12h19Atualizada em 30/04/2014 12h58

Em audiência pública da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (30), a presidente da Petrobras, Graça Foster, se corrigiu e afirmou agora que o negócio de Pasadena era apenas "potencialmente bom”, e não "bom", como havia dito anteriormente. De acordo com Graça, a operação da refinaria se enquadrava no planejamento estratégico da Petrobras da época, pois a estatal pretendia expandir seus negócios no exterior e as margens de refino eram “relevantes”. No entanto, após 2008 a refinaria se tornou um negócio de baixo retorno.

“Com as informações disponíveis hoje não posso afirmar que foi um bom negócio. Era um negócio potencialmente bom, mas na presente data não é possível afirmar que foi um bom negócio”, defendeu a presidente da Petrobras ao responder a perguntas dos deputados, que apontaram contradição em relação ao que ela havia declarado em audiência no Senado.

A executiva voltou ao Congresso Nacional para esclarecer as denúncias envolvendo a estatal. No última dia 15, Graça afirmou, em audiência pública no Senado, que a aquisição da refinaria não foi um bom negócio. Na ocasião, defendeu a presidente Dilma Rousseff e endossou sua versão de que a compra foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras com informações incompletas, que não indicavam cláusulas lesivas à empresa.

Insatisfeitos com as explicações da presidente da Petrobras sobre as denúncias, deputados da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovaram um convite para que Graça explique as suspeitas de irregularidades na companhia.

Durante sua apresentação inicial de cerca de 40 minutos, que trouxe poucas novidades em relação ao que já havia declarado no Senado, Graça não chegou a utilizar a expressão "mau negócio", mas voltou a afirmar que a aquisição de Pasadena em 2006 era uma transação que se enquadrava no planejamento estratégico da Petrobras e potencialmente bom, mas que após 2008 a operação se tornou um negócio de baixo retorno.

Questionada sobre a possível mudança de opinião, Graça disse que "analisarmos o passado é mais razoável que analisar o presente", explicando que houve dois momentos distintos em relação à compra.

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Graça também afirmou novamente que o resumo explicativo que balizou o Conselho de Administração da Petrobras para autorizar a compra de Pasadena não continha as cláusulas “Marlim” e “Put Option”, que teriam gerado prejuízos à estatal. A "Put Option" estabelecia que em caso de desacordo entre os sócios uma parte comprasse a outra e a "Marlim" dava à outra sócia uma garantia de rentabilidade mínima de 6,9% ao ano, mesmo em condições adversas.

Em audiência na Câmara em 16 de abril, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou que as cláusulas omitidas no resumo não eram relevantes, rebatendo declaração da presidente Dilma Rousseff de que o seu relatório sobre a compra de Pasadena era "falho" por causa dessa omissão.

A executiva da Petrobras disse ainda que para manter Pasadena entre 2006 a 2013 a Petrobras gastou US$ 685 milhões.

“Não é um valor muito diferente para manter no Brasil. Não chamo de investimentos adicionais o que foi utilizado em Pasadena”, defendeu Graça ao justificar parte dos gastos da estatal com refinaria.

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