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CPI no Senado convoca ex-diretor da Petrobras preso em operação da PF

Na semana passada, Paulo Roberto Costa deixou a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba - Daniel Castellano/Agência de Notícias Gazeta Do Povo/Estadão Conteúdo
Na semana passada, Paulo Roberto Costa deixou a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba Imagem: Daniel Castellano/Agência de Notícias Gazeta Do Povo/Estadão Conteúdo

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

27/05/2014 10h49Atualizada em 27/05/2014 11h31

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras do Senado aprovou nesta terça-feira (27) a convocação do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, investigado pela Polícia Federal durante a Operação Lava Jato.

A comissão também aprovou um requerimento que solicita a íntegra das investigações da operação ao STF (Supremo Tribunal Federal) e à Justiça Federal do Paraná. Hoje, a comissão ouve a presidente da estatal, Graça Foster.

Costa chegou a ser preso em março e foi solto neste mês, mas teve de entregar passaporte à Justiça Federal em Curitiba, conforme determinação do ministro Teori Zavascki, do STF.

Costa é suspeito de integrar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado até R$ 10 bilhões. O ex-diretor da Petrobras é acusado de destruir documentos que o envolvam no esquema chefiado pelo doleiro Alberto Youssef, também preso pela PF.

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Seu depoimento é um dos mais aguardados na CPI. O requerimento para convocar Costa foi apresentado na última quinta-feira (22), mas não foi aprovado por falta de quórum. Dos 13 membros, apenas três compareceram à reunião do colegiado.

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A CPI no Senado tem sido controlada pelo governo. Desde o início dos trabalhos, a oposição tem boicotado as reuniões do colegiado. O objetivo é forçar a criação da CPI mista (Senado e Câmara) para apurar as denúncias na Petrobras.

Dessa forma, os dois convocados até aqui pela CPI do Senado estiveram confortáveis para responder as perguntas dos senadores governistas. Já deram depoimentos na comissão o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró, mas não trouxeram novidades à investigação e não prejudicaram os interesses do governo.

Um relatório da Polícia Federal sobre a operação Lava Jato divulgado na semana passada aponta que existe uma "organização criminosa" e supostas irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. As informações sobre a investigação são do jornal "Folha de S.Paulo".

Em depoimento à CPI, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró minimizou o envolvimento de Costa na compra da refinaria. "Ele não teve participação [na compra de Pasadena]. Teve participação já depois de o negócio avançado, de estruturar administração da trading [empresa da área de gerenciamento e comercialização]", disse Cerveró.

"Após ter conhecimento do inquérito, incluirei questionamentos sobre essa investigação na CPI", disse o relator na semana passada.