Por unanimidade, PMDB oficializa apoio a Cunha à presidência da Câmara
Após cerca de uma hora e meia reunidos, os membros da Executiva Nacional do PMDB decidiram, por unanimidade, apoiar os candidatos definidos pelas maiorias das bancadas do partido para a disputa da presidência da Câmara dos Deputados e do Senado. A reunião foi realizada nesta quarta-feira (14), em Brasília.
Na prática, a reunião referendou a candidatura do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e praticamente selou o apoio ao nome de Renan Calheiros (PMDB-AL) para dirigir o Senado.
A nota divulgada pelo partido ao final da reunião não cita nomes, mas Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), derrotado na disputa pelo Senado em 2014, deixou claro que o nome de Eduardo Cunha tem o apoio da Executiva Nacional do partido.
“O PMDB apoia aquele candidato que foi escolhido pela bancada federal, no caso o deputado Eduardo Cunha, e apoiará o nome que vier da bancada do Senado Federal”, disse Geddel.
Questionado sobre os riscos de apoiar o nome de Eduardo Cunha antes de a PGR (Procuradoria-Geral da República) enviar a ação contra políticos investigados pela operação Lava Jato, o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, minimizou. “Isso será fruto da disputa. Se houver qualquer problema, cada um se explicará como vem se explicando, como devem se explicar”, afirmou Temer.
No início de janeiro, reportagens publicadas pela "Folha de S. Paulo" revelaram que um policial federal ouvido pela operação Lava Jato teria admitido, em depoimento, o pagamento de propina a Eduardo Cunha.
O deputado rebateu dizendo que as reportagens faziam parte de uma operação contra sua candidatura.
Demora no Senado
Questionado sobre a demora na oficialização do nome de Renan Calheiros para a disputa da presidência do Senado, Geddel se esquivou. "É melhor perguntar para o Senado", disse.
Geddel afirmou que a prisão do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, na madrugada desta quarta-feira (14), não foi discutida durante a reunião da Executiva Nacional do PMDB. "Esse é um tema que precisa ser discutido na Polícia Federal, no Ministério Público, na Petrobras, no governo. Não dentro do PMDB. Nós não temos absolutamente que debater sobre o senhor Nestor Cerveró e sua prisão", disse.
Cerveró é investigado pela operação Lava Jato. Segundo delação premiada feita pelo executivo Júlio Camargo, da Toyo Setal, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, intermediou contratos fraudulentos com Nestor Cerveró. Soares é apontado como lobista ligado ao PMDB.
Em depoimento prestado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, Cerveró é apontado como alguém com fortes ligações com o PMDB.
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