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Delação de Paulo Roberto Costa é "nula", diz advogado de Cerveró

Nestor Cerveró deixa a sede da Polícia Federal, em Curitiba, para depor sobre a operação Lava Jato na Justiça Federal - Vagner Rosario/Futura Press/Estadão Conteúdo
Nestor Cerveró deixa a sede da Polícia Federal, em Curitiba, para depor sobre a operação Lava Jato na Justiça Federal Imagem: Vagner Rosario/Futura Press/Estadão Conteúdo

Bruna Borges

Do UOL, em Curitiba

13/02/2015 11h43Atualizada em 13/02/2015 12h07

O advogado do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, afirmou nesta sexta-feira (13) que a delação premiada de Paulo Roberto Costa é "nula" para ele. O ex-diretor de Abastecimento da estatal citou envolvimento de Cerveró diversas vezes nos depoimentos da delação sobre o esquema descoberto pela operação Lava Jato. As delações vieram à tona nesta quinta-feira.

“O ambiente em que o Paulo Roberto fez a delação não é o ambiente que a legislação determina. Eu tenho esta delação do Paulo Roberto Costa com muita reserva. No meu modo de ver, é totalmente nula”, declarou Ribeiro.  

Já o advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto, defendeu a delação Costa. As informações do ex-diretor da Petrobras apontam a participação de empreiteiros no esquema.

“O Paulo tem passado importantes informações sobre a empresa. Ele tem prestado um grande serviço à Justiça e ao país. O depoimento dele será bem importante”, declarou Basto.

Costa disse que recebeu US$ 1,5 milhão para não dificultar a aprovação da compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras. O ex-diretor também disse "o grupo de Nestor Cerveró, incluindo o PMDB e Fernando Baiano, teria dividido algo entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões, recebidos provavelmente da Astra". A Astra Oil é a empresa que vendeu a refinaria para a estatal. As declarações foram feitas durante o depoimento de Costa em delação premiada que foi disponibilizado nesta quinta-feira (22) no inquérito policial da Operação Lava Jato envolvendo empreiteiras.

Fernando Baiano é considerado o operador do PMDB no esquema de pagamento de propina. Ele também está preso em Curitiba desde novembro de 2014.

A Justiça Federal do Paraná vai ouvir hoje testemunhas de acusação no processo contra Cerveró. Ele está preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde 14 de janeiro e é réu em uma ação penal por suspeita de participar de um esquema de corrupção na estatal. Cerveró acompanha a audiência.

Costa e Carlos Alberto Pereira da Costa, advogado ligado ao doleiro Alberto Youssef são as testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal para depor sobre o esquema. O doleiro é apontado como o operador de um gigantesco esquema de pagamento de propina a diretores da petrolífera por empreiteiras para fechar negócios.

Costa cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro desde que fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, em outubro do ano passado. Ele chegou a Curitiba na manhã desta sexta-feira em um avião comercial escoltado por policiais federais e deve retornar ao Rio após a audiência.

Também são réus na ação julgada hoje o doleiro Alberto Youssef; Fernando Soares, o Fernando Baiano; e o empresário Júlio Camargo. Todos devem participar da audiência, além de Cerveró.