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Propina de R$ 1,3 milhão pagou reforma da casa de Dirceu, diz delator

Reforma teria sido feita na casa do ex-ministro em condomínio de luxo no município de Vinhedo (SP) - Jefferson Coppola/Folhapress - 24.jun.2005
Reforma teria sido feita na casa do ex-ministro em condomínio de luxo no município de Vinhedo (SP) Imagem: Jefferson Coppola/Folhapress - 24.jun.2005

03/08/2015 11h48

A delação do lobista Milton Pascowitch foi o ponto crucial da 17ª etapa da Operação Lava Jato, que levou à prisão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu nesta segunda-feira (3).

Em depoimento que faz parte de sua delação, Pascowitch afirmou que uma propina no valor de R$ 1,3 milhão pagou a reforma de uma casa do ex-ministro do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O imóvel fica em um condomínio de luxo no município de Vinhedo, interior de São Paulo.

Pascowitch disse que contratou a arquiteta Daniela Fachini no final de 2012 e início de 2013. O UOL ainda não conseguiu contado com ela.

Como parte do acerto para a colaboração com a Justiça, Pascowitch saiu da carceragem da PF, em Curitiba, e passou a cumprir prisão domiciliar, em São Paulo.

Ao jornal "Folha de S.Paulo", o advogado de José Dirceu, Roberto Podval, negou que ele tenha recebido propina.

Ao comentar a prisão de Dirceu, os investigadores afirmaram que o ex-ministro se beneficiou de maneira pessoal, e não partidária, no esquema da Petrobras. Além disso, declararam que ele "repetiu" na Petrobras o esquema do mensalão.

"A responsabilidade de Dirceu é evidente lá [no caso do mensalão], como também aqui [na Petrobras], como beneficiário. Ao mesmo tempo que determinou naquele governo a realização desse esquema, ele também se beneficiou, agora de maneira pessoal, não mais de maneira partidária", disse o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima.

Condenado no processo do mensalão, por corrupção ativa, Dirceu ficou 11 meses e 20 dias na cadeia. O mensalão foi um esquema ilegal de financiamento político organizado pelo PT para garantir apoio de parlamentares ao governo Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso. (Com Estadão Conteúdo)