"Não há dinheiro a fundo perdido para Cuba", diz presidente do BNDES
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse nesta quinta-feira (27) que o banco não fez empréstimos a fundo perdido para Cuba e que não há “orientação ideológica” para a concessão de financiamentos no exterior. As declarações de Coutinho foram feitas durante seu depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do BNDES na Câmara dos Deputados.
Coutinho foi questionado pelo relator da CPI, José Rocha (PR-BA), sobre os critérios usados pelo banco para oferecer empréstimos a obras realizadas no exterior. Os financiamentos do banco para países como Angola, Cuba e Venezuela são um dos principais focos das investigações da CPI.
Os países são tidos como “aliados” do governo petista. Angola e Venezuela aparecem como líderes dos empréstimos do banco para obras no exterior.
Coutinho negou que o banco seguisse critérios ideológicos para a liberação dos financiamentos. “Não há orientação ideológica por parte do BNDES na concretização de operações de comércio exterior. Nós olhamos a capacidade de pagamento, garantias, olhamos prudências dos nossos créditos. Estão todos em dia. Somos rigorosos. Somos mais rigorosos e temos garantias adicionais do fundo garantidor”, disse Coutinho.
Sobre os empréstimos para a construção do porto de Mariel, em Cuba, Coutinho disse que o banco que não concedeu crédito ao país caribenho a fundo perdido. “Não há dinheiro a fundo perdido para Cuba. Os empréstimos foram feitos com taxas competitivas para o porto de Mariel, que é um hub portuário que será importante para o futuro, agora que o Cuba reata relações com os Estados Unidos”, disse.
As obras para o porto de Mariel são criticadas por setores da oposição. A obra é realizada pela Odebrecht, uma das empresas investigadas pela operação Lava Jato, que apura irregularidades em contratos com a Petrobras.
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