Pronunciamento de Dilma é acompanhado por panelaço em diversas partes do país
O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff contra a decisão do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de acolher o principal pedido de impeachment protocolado na Câmara por partidos da oposição contra o seu governo realizado na noite desta quarta-feira (2) foi acompanhado por panelaços em diversas partes do país. Em Brasília, manifestantes se reuniram em frente ao Palácio do Planalto para comemorar a medida.
Em São Paulo, foi possível ouvir o panelaço nos bairros de Higienópolis e Bela Vista. No Rio de Janeiro, pessoas bateram panelas em Botafogo, na zona sul da cidade, e em Santa Teresa, no centro. Internautas também relataram panelaços em Brasília, Curitiba e em Petrópolis, na região serrana do Rio.
Logo após a coletiva de Cunha, os movimentos "Vem Pra Rua", "Revoltados On Line" e "Movimento Brasil Livre", alguns dos que lideraram as manifestações anti-Dilma em março e abril em diversas cidades do Brasil, também usaram seus perfis no Facebook para convocar seus seguidores a baterem panelas em desagravo a governante.
Os deputados da oposição entregaram no dia 21 de outubro à presidência da Câmara um novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma elaborado pelos juristas Hélio Bicudo, um dos pioneiros do PT, Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e Janaína Conceição Paschoal, advogada.
Segundo Cunha, a decisão de acatar o pedido foi de natureza "técnica" e não "política".
Com a aceitação do pedido, uma comissão de deputados será criada para emitir um parecer sobre a abertura efetiva ou não do processo de impedimento da presidente. A decisão de afastar a presidente do cargo só é tomada após o trabalho dessa comissão e precisa ter o apoio de 342 deputados.
Esse parecer terá ainda de ser votado em plenário e, em caso de decisão de abrir processo de impeachment, ele irá ao Senado e Dilma será afastada do cargo até o julgamento.
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