Topo

Quem são os investigados na nova fase da Operação Lava Jato

PF buscou provas na casa e escritório do presidente da Câmara, Eduardo Cunha - Fábio Motta/Estadão Conteúdo
PF buscou provas na casa e escritório do presidente da Câmara, Eduardo Cunha Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

15/12/2015 15h12

Em nova fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (15) mandados de busca e apreensão em locais associados a vários investigados. Segue abaixo a lista dos investigados:

Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Presidente da Câmara dos Deputados, o deputado fluminense é apontado como beneficiário de desvios na Petrobras. Segundo depoimentos de delatores, o peemedebista recebeu US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sondas e também de um negócio fechado pela Petrobras na África.

Henrique Alves (PMDB-RN)

É ex-presidente da Câmara e, atualmente, exerce o cargo de ministro do Turismo. No PMDB, ele é considerado aliado de Cunha. Segundo depoimentos da Lava Jato, em 2011, Alves participou de reuniões com diretores da Petrobras denunciados por envolvimento no esquema de corrupção, entre eles Paulo Roberto Costa e Renato Duque.

Celso Pansera (PMDB-RJ)

É ministro da Ciência e Tecnologia e também considerado aliado do presidente da Câmara. Em depoimento à CPI da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef classificou Pansera como "pau-mandado" de Eduardo Cunha. Youssef foi quem primeiro citou o nome de Cunha como envolvido no esquema de corrupção da Petrobras.

Edison Lobão (PMDB-MA)

Senador e ex-ministro de Minas e Energia, é alvo da Operação Lava Jato em processo no STF. Em delação premiada, o ex-diretor da UTC Walmir Pinheiro afirmou que Lobão teria recebido propina de R$ 1 milhão em esquema de corrupção que beneficiou o consórcio vencedor para realizar as obras da usina de Angra 3.

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)

Senador e ex-ministro da Integração Nacional na gestão da presidente Dilma Rousseff, Bezerra foi apontado pelo delator Paulo Roberto Costa como intermediário de pagamento de propina, em 2010, para o caixa 2 da campanha do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto no ano passado.

Aníbal Gomes (PMDB-CE)

É deputado federal e aliado político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Gomes foi apontado pela Lava Jato como interlocutor de Calheiros nos desvios da Petrobras.

Aureo Lídio (SD-RJ)

É deputado federal exercendo o segundo mandato. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços relacionados a ele.

Sérgio Machado

Indicado pelo PMDB, foi presidente da Transpetro por mais de dez anos e deixou o cargo após os desdobramentos da Operação Lava Jato. O delator Paulo Roberto Costa citou Machado como responsável pelo pagamento de R$ 500 mil em propina originada a partir de contratos superfaturados da Petrobras. Ele também foi citado pelo delator Fernando Baiano.

Nelson Bornier (PMDB-RJ)

É prefeito de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, e aliado político do presidente da Câmara Federal. O veterano é pai do deputado federal Felipe Bornier (PSD-RJ), integrante da "tropa de choque" de Eduardo Cunha no Congresso. Felipe cancelou a primeira sessão que analisaria a abertura do processo contra Cunha, em 19 de novembro. A decisão gerou revolta e levou mais de 50 deputados a deixarem o plenário aos gritos de "Fora Cunha".

Alexandre Santos (PMDB-RJ)

O ex-deputado federal Alexandre Santos (PMDB-RJ) foi citado nos depoimentos do delator Fernando Soares por suposta influência em uma das diretorias da Petrobras. Ele já passou por PSDB e PP. Sua mulher Soraya Santos é deputada federal pelo PMDB do Rio.

Wilson Quintella Filho

O empresário Wilson Quintella Filho é conhecido como o "rei do lixo". A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na sede de sua empresa Estre, em São Paulo, e do estaleiro do Rio Tietê, em Araçatuba, que tem ele como um dos sócios. O delator Paulo Roberto Costa afirmou em depoimento que o empresário "parecia próximo" do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

Aldo Guedes

É empresário baseado em Pernambuco. Teve seu nome citado em depoimentos no decorrer das investigações da Operação Lava Jato e associado ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto no ano passado. Em julho, após desdobramentos da ação da PF para apurar denúncias de corrupção, deixou a presidência da Copergás (Companhia Pernambucana de Gás).

José Wanderley Neto (PMDB-AL)

É ex-vice-governador de Alagoas e primeiro tesoureiro do partido no Estado. É apontado como aliado político do presidente do Senado, Renan Calheiros, que comanda o diretório alagoano do PMDB. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela PF na residência de Wanderley Neto e na sede do partido, em Maceió.

Fábio Cleto

É aliado de Eduardo Cunha e, até recentemente, ocupava uma das vice-presidências da Caixa. É classificado pelos investigadores da Lava Jato como um principais operadores do presidente da Câmara.