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PF faz operação na casa de Lula e leva ex-presidente para depor

Veja quais são os pontos mais explosivos da delação de Delcídio

UOL Notícias

Do UOL, em São Paulo

04/03/2016 07h26Atualizada em 04/03/2016 20h20

O ex-presidente Lula foi levado de carro por volta das 6h desta sexta-feira (4) pela PF (Polícia Federal) de São Paulo para depor, após a operação Aletheia, 24ª fase da Operação Lava Jato, ter cumprido mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva --quando o investigado é obrigado a depor.

Segundo o Estadão Conteúdo, há um mandado de condução coercitiva também para o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

Diversos endereços ligados a Lula, incluindo seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP), a sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, o sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, o triplex no Guarujá, no litoral paulista, foram visitados por agentes, que também fizeram operações no prédio de um dos filhos do presidente, Fabio Luiz, também conhecido como Lulinha.

Embora faça parte da Lava Jato, que apura o escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras, essa fase da operação investiga a suposta relação de Lula com empreiteiras e alegações de que reformas em um apartamento no Guarujá (SP) e no sítio teriam sido feitas em favor da família do petista pelas construtoras.

São investigados crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros praticados por diversas pessoas no contexto do esquema.

A operação de hoje, batizada de Aletheia em referência a expressão grega que significa busca da verdade, conta com cerca de 200 agentes da PF e 30 auditores da Receita Federal, que cumprem 44 mandados judiciais (33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva) no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia. A determinação é do juiz federal Sergio Moro, de Curitiba.

A ação está sendo realizada um dia depois de uma reportagem da revista ISTOÉ ter revelado o suposto conteúdo da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT), em que acusaria o ex-presidente de ter mandado comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, e de outras testemunhas.

No último sábado, durante comemorações pelo aniversário do PT, Lula disse que tinha sido informado de que teria seus sigilos bancário, telefônico e fiscal quebrados. "A partir de segunda-feira vão quebrar meus sigilos fiscal, telefônico, tudo, meu da Marisa, da minha netinha e até da minha mãe. Esse é o preço? Eu pago", disse. "Mas eu duvido que tenha um mais honesto do que eu." (Com Folha, BandNews, BBC Brasil e agências internacionais)