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Maluf anuncia voto a favor do impeachment

Após faltar a oito sessões, Paulo Maluf participa da comissão especial do impeachment - Márcio Neves/UOL
Após faltar a oito sessões, Paulo Maluf participa da comissão especial do impeachment Imagem: Márcio Neves/UOL

Do UOL, em São Paulo

07/04/2016 01h00

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) anunciou na noite desta quarta-feira (6) em sua página no Facebook que votará a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial que debate o tema. O parecer do relator da comissão foi apresentado horas antes e é favorável ao afastamento da mandatária.

No post, Maluf diz ser "contra essas negociatas que o governo está fazendo com deputados". O deputado ainda afirma no texto que sua "vida pública sempre foi o oposto disso" e que valoriza a democracia.

Quero anunciar a todos os meus eleitores que votarei a favor do impeachment, pois sou contra essas negociatas que o...

Posted by Paulo Maluf on Wednesday, 6 April 2016
 

Com 48 deputados federais e seis senadores eleitos, o Partido Progressista faz parte da base de apoio do governo petista e anunciou também nesta quarta-feira que permanece apoiando Dilma até a conclusão do processo de impeachment na Câmara.

Ausente nas primeiras oito sessões da comissão, Maluf compareceu pela primeira vez ontem. Ele disse que, apesar de considerar a presidente Dilma "uma mulher correta, decente, honesta e patriótica", que "não merece o impeachment", votará a favor do impedimento em resposta à decisão de seu partido.

"Eu vou votar a favor do impeachment porque o presidente do partido [PP], Ciro Nogueira, sem consultar ninguém, sem chamar bancada, sem fazer a reunião do diretório nacional, disse que nós ficamos na base. E nós não somos nabo em saco para ser vendido por ele", declarou.

Condenado na Justiça francesa por lavagem de dinheiro, Maluf já havia se posicionado a respeito da acusação sem provas do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) de que o governo estaria pagando parlamentares para votarem contra o impedimento da presidente. 

Dizendo-se "não comercializável", Maluf demonstrou indignação com as denúncias de negociação entre governo e membros de PP, PR e PSD. "Quando acho que devo votar, eu voto de graça. Quando eu acho que não devo votar, não tem cargo que faça mudar meu ponto de vista", afirmou.