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Ex-ministro de Dilma, Gilberto Carvalho é exonerado de cargo no Sesi

Alan Marques/Folhapress
Imagem: Alan Marques/Folhapress

Do UOL, no Rio

18/05/2016 08h18

O petista Gilberto Carvalho, ex-ministro de Dilma Rousseff e ex-chefe de gabinete de Lula, foi demitido do cargo de presidente do Conselho Nacional do Sesi (Serviço Social da Indústria), segundo decreto assinado pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), e publicado na edição desta quarta-feira (18) do Diário Oficial da União.

Homem de confiança do ex-presidente Lula, Carvalho assumiu o Conselho Nacional do Sesi em fevereiro do ano passado, após deixar a Secretaria-Geral da Presidência da República do governo Dilma.

Para a função, Temer nomeou João Henrique de Almeida Sousa, que é filiado ao diretório piauiense do PMDB.

Segundo reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo", publicada ontem (17), Carvalho foi condenado por improbidade administrativa pela 1ª Vara da Fazenda Pública de Santo André (Grande São Paulo), em sentença referente a denúncias que ocorreram quando ela era secretário do ex-prefeito da cidade Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002. O petista foi punido com suspensão dos direitos políticos por cinco anos.

A mesma decisão judicial determina que o PT devolva R$ 3,5 milhões aos cofres da Prefeitura de Santo André por ter sido beneficiário de um suposto esquema de corrupção. Além do ressarcimento, o Partido dos Trabalhadores foi condenado a pagar multa de R$ 10,5 milhões. Assim, o total da condenação chega a R$ 14 milhões.

De acordo com denúncia do Ministério Público Estadual, os réus "teriam constituído quadrilha cujo objetivo era a arrecadação de recursos por meio de 'achaques' a empresários e de desvio de recursos dos cofres públicos municipais, notadamente no que tangia a contratos de obras públicas e prestação dos serviços de coleta e destinação final de lixo".

Presidente da EBC é exonerado

Na terça-feira (17), Temer já havia exonerado o jornalista Ricardo Pereira de Melo, nomeado por Dilma Rousseff para o comando da EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Ele foi demitido do cargo de diretor-presidente da estatal. Melo informou que irá à Justiça na tentativa de se manter na função, já que o seu mandato iria até 2020.

A EBC se tornou alvo de uma disputa política iniciada antes mesmo do afastamento de Dilma, aprovado no Senado na última quarta-feira (11). Na ocasião, antes da votação do processo de impeachment, a equipe de Temer já avaliava mudanças bruscas na política de comunicação do governo, que poderiam incluir corte de gastos, redução do orçamento de publicidade e o fim da contratação de veículos limitados à divulgação de textos opinativos.

O substituto de Melo ainda não foi escolhido por Temer, mas deve sofrer resistência interna. No último sábado (14), o Conselho Curador da EBC emitiu nota oficial pela qual se posicionava contra qualquer mudança na presidência da estatal. Na avaliação do conselho, não há amparo legal para "substituições extemporâneas", pois o diretor-presidente teria mandato garantido por lei. Dessa forma, Melo não poderia ser destituído por decreto presidencial.