O presidente interino Michel Temer classificou a aprovação da mudança da meta fiscal como "uma bela vitória". A declaração foi dada nesta quarta-feira (25) após uma cerimônia de entrega de credenciais diplomáticas realizada no Palácio do Planalto.
A aprovação da nova meta fiscal do governo foi considerada o primeiro grande teste do suporte político de Michel Temer no Congresso Nacional. A aprovação aconteceu durante uma sessão que durou mais de 16 horas, entrou pela madrugada e que aprovou um deficit de até R$ 170,5 bilhões. Os senadores votaram também 24 vetos presidenciais que trancavam a pauta. A meta fiscal ainda será sancionada pelo presidente em exercício. A sessão foi marcada pelas tentativas da oposição de obstruir a votação.
A aprovação da nova meta fiscal faz com que o Brasil complete três anos consecutivos sem conseguir fazer as economias necessárias para pagar os juros da sua dívida. Se a nova meta não fosse aprovada, o governo teria que cortar despesas e poderia ficar sem recursos para o pagamento de programas federais.
Ao lado do ministro das Relações Exteriores, José Serra, Michel Temer disse que acompanhou a sessão que aprovou a nova meta fiscal até as 4h30 desta quarta-feira. “Eu falo com vocês depois, porque ontem nós ficamos assistindo até as 4h30”, afirmou.
A nova meta fiscal é quase o dobro da que havia sido anunciada pela equipe econômica da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). A equipe petista havia previsto um deficit de R$ 96 bilhões, valor que foi criticado diversas vezes pelo ex-ministro do Planejamento e hoje senador Romero Jucá. “A primeira forma de resolver o problema é reconhecer o problema. Rombo fiscal não é resultado de uma política para o futuro”, disse Jucá na última semana.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também disse que a nova meta fiscal representa a realidade das contas públicas. “É absolutamente transparente e realista”, disse Meirelles sobre os novos números.
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