Não respeito uma pessoa capaz de falar o que Janaina Paschoal falou, diz Dilma
Em entrevista à imprensa estrangeira nesta sexta-feira (2), a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que não tem "respeito" por Janaina Paschoal, advogada que foi um dos autores do pedido de impeachment que a tirou do cargo.
Durante discurso da acusação no julgamento final de impeachment, na terça-feira (30), Janaina Paschoal disse que queria pedir "desculpas" a Dilma.
"Eu peço desculpas porque eu sei que, muito embora esse não fosse o meu objetivo, eu lhe causei sofrimento. E eu peço que ela [Dilma], um dia, entenda, que eu fiz isso pensando, também, nos netos dela", afirmou a advogada.
"Não respeito uma pessoa capaz de falar o que ela falou", afirmou Dilma. "O comportamento da doutora é um comportamento de uma pessoa cujas convicções não se parecem com as minhas, nem do ponto de vista político, nem do ponto de vista cultural, nem do ponto de vista humano", disse Dilma.
"Para os meus netos, eu quero um Brasil democrático, cheio de oportunidades. Eles terão. E não é por conta da doutora Janaina", completou.
"Fora, Temer"
A ex-presidente também fez críticas ao atual presidente Michel Temer por "temer as palavras". Dilma citou o "fora Temer", entoado pelos contrários ao atual presidente, dizendo que não reprimiu manifestações contrárias durante seu governo.
Futuro
"Eu sei que tinha muitos senadores indecisos, sei que tinha muitos senadores desconfiados que esse processo não é o que pintaram", disse a ex-presidente. "O segundo voto [que manteve seus direitos], eu acho que é o voto daqueles que não consideram que de fato cabia uma punição."
Recurso ao STF
Dilma afirmou que vai recorrer a "todas as instâncias" para tentar reverter seu impeachment.
"Importa muito, nós queremos ganhar, mas além de querer ganhar nós queremos que as instituições se fortaleçam, e só se fortalecerão se elas tiverem posição", disse a ex-presidente.
Cardozo confirmou que vai entrar com novo recurso no STF na semana que vem, alegando "violação ao direito de defesa".
Segundo o advogado, ele vai citar no recurso o fato de que muitos senadores já tinham declarado seu voto a favor do impeachment antes do julgamento final e que, segundo Cardozo, alguns chegaram a afirmar que não mudariam de posição, independentemente da defesa.
A defesa também vai alegar falta de motivo ou justa causa para o impeachment.
"Consideração" por Lula
Dilma Rousseff ainda afirmou que não tem "nenhuma mágoa do PT", e negou que tenha qualquer tipo de problema de relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Por ele (Lula) tenho imensa consideração, além de política como pessoal", disse Dilma.
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