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Na véspera de votação, Temer investe no corpo a corpo com "indecisos" ou a favor de denúncia

Ueslei Marcelino/Reuters
Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

01/08/2017 12h30Atualizada em 01/08/2017 13h31

Nesta terça-feira (1º), véspera da votação no plenário da Câmara da denúncia por corrupção passiva, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), se reúne com 11 deputados federais em seu gabinete no Palácio do Planalto. Destes, cinco dizem estar “indecisos” ou serem a favor do prosseguimento da aceitação da peça apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), segundo painel de tendência de votação do jornal "Folha de S.Paulo".

Os que se declararam não saber como votar são Átila Lins (PSD-AM), Marco Tebaldi (PSDB-SC) e Paulo Feijó (PR-RJ). Os que disseram ser a favor de denúncia são Laudívio Carvalho (SD-MG) e Jaime Martins (PSD-MG).

Já os que preferiram não se pronunciar sobre a questão são Augusto Coutinho (SD-PE) e Alfredo Nascimento (PR-AM). Os deputados que são contra a denúncia e se reunirão com Temer nesta terça são Daniel Vilela (PMDB-GO) e Sabino Castelo Branco (PTB-AM).

Embora não conste na agenda oficial desta terça divulgada pela Secretaria de Comunicação do Planalto, Temer deve almoçar com representantes da Frente Parlamentar pela Agropecuária, que reúne cerca de 200 deputados.

O Planalto deseja que a denúncia contra ele seja votada nesta quarta-feira (2) no plenário da Câmara, mas depende do quórum mínimo de 342 deputados no local. Para tanto, nas últimas semanas, ministros próximos de Temer e aliados têm se dedicado a uma força-tarefa para garantir pelo menos a presença da base aliada na Casa. Embora, teoricamente, o Planalto conte com mais de 400 governistas na Câmara, muitos já se declararam a favor da continuidade do processo.

Outros encontros desta terça

Pela manhã, Michel Temer se reuniu com o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Paulo Rabello de Castro, e com o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira (PRB).

O PRB, partido do ministro, já fechou questão pela rejeição da denúncia. Um dos deputados do partido, Beto Mansur (SP), inclusive, é um dos principais responsáveis pela contabilidade dos votos. A planilha com as informações atualizadas é comparada com a do Planalto e informada a Temer diariamente.

À tarde, os compromissos do presidente incluem o comunicador, cientista político e amigo de longa data de Temer, Gaudêncio Torquato. Em seguida, Temer vai participar de uma solenidade para assinar ato que autoriza a criação de novos cursos de Medicina ao lado dos ministros Mendonça Filho (Educação) e Ricardo Barros (Saúde). Até o início da tarde desta segunda, nenhum evento estava previsto pelo Planalto e Temer iria se dedicar somente à articulação política de sua defesa.

Outro que será recebido por Temer é o governador do Tocantins, Marcelo Miranda. A última audiência do peemedebista será às 19h30, com o deputado Paulo Feijó (PR-RJ).