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Relator da 1ª denúncia critica PSDB e pede que presidente da CCJ anule manobra

O deputado federal Sergio Zveiter (Pode-RJ) - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O deputado federal Sergio Zveiter (Pode-RJ) Imagem: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

05/10/2017 20h30

O deputado federal Sergio Zveiter (Podemos-RJ), relator da primeira denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente Michel Temer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, pediu nesta quinta-feira (5) ao presidente da Comissão, o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que indefira a manobra que permitiu que o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) permaneça na CCJ como relator da segunda denúncia contra Temer.

Andrada tinha sido retirado da CCJ pelo líder do PSDB na Casa, o deputado Ricardo Trípoli (PSDB-SP), e pelo presidente interino do partido, o senador Tasso Jereissati (CE), mas passou a ocupar o lugar do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que é do partido da base do presidente e também do líder do governo no Congresso, o deputado André Moura (SE). Em entrevista no final desta tarde, Andrada disse que estava “prestando serviços”.

Para Zveiter, a manobra é “moralmente e eticamente inaceitável”. Segundo ele, se o PSDB não quisesse um filiado como relator do caso, que desligasse o parlamentar do partido.

“Não pode pretender fazer crer que estando um filiado ocupando vaga de outro partido na comissão, não esteja ele atuando como parlamentar de sua agremiação, com o seu apoio”, disse o deputado, afirmando que não se trata de um partido ceder a vaga na comissão para que um deputado de outro partido possa integrá-la.

“Senhor Presidente, mesmo que em tese essa prática possa ser aceita regimentalmente, ética e moralmente é inaceitável que Vossa Excelência, Presidente da Comissão mais importante dessa casa, permita uma fraude de tamanha envergadura que o PSDB está articulando para induzir a erro a opinião pública, no sentido de que não respalda mais a indicação do eminente Deputado relator designado a ele filiado, PSDB”, escreveu Zveiter a Pacheco.

O deputado do Podemos afirmou ainda que, caso o presidente da CCJ não atenda ao pedido, que ele seja então submetido ao plenário da comissão.

Zveiter, que era do PMDB, recomendou em seu relatório que a primeira denúncia contra Temer fosse aceita. Porém, a CCJ rejeitou o parecer e um novo relator foi escolhido, Abi-Ackel (PSDB-MG), que fez um relatório positivo ao presidente. No plenário, o parecer do tucano foi aceito, e a investigação contra Temer, arquivada.

Depois disso, Zveiter deixou o PMDB, partido que integrava em março de 2016, e se filiou ao Podemos.

Michel Temer foi denunciado no mês passado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot por obstrução de Justiça e por chefiar organização criminosa, que tem atuais ministros e ex-deputados, e envolvimento com a Operação Lava Jato. A Câmara dos Deputados analisa a denúncia e pode decidir ainda neste mês se o presidente vira réu na ação, que será conduzida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

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